A Polícia Civil do Ceará prendeu na noite dessa quarta-feira (1º) um
homem de 40 anos suspeito de estuprar uma menina de 11 anos no município
de Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) após levá-la
para um culto de Ano-Novo. Conforme polícia, a criança foi induzida a
ingerir bebida alcoólica antes de ser abusada sexualmente. A mulher do
homem, que estava no local do crime, também é investigada.
Segundo o inspetor Antônio Moraes, da Delegacia Metropolitana de
Maracanaú, a criança, que conheceu o casal em cultos frequentados pela
família da vítima em uma igreja, foi até a residência do suspeito na
terça-feira (31) após um convite do homem para uma celebração de
Ano-Novo.
“Os pais informaram que, há algum tempo, ele persuadia e aliciava a
vítima pelo Whatsapp e, quando foi no último dia do ano, ele conseguiu
convencer a criança a passar a noite na casa deles. Um cara de 40 anos
consegue persuadir, manipular a mente de uma criança de 11 anos. Ela foi
para passar o Ano-Novo lá e, a família, ao perceber o sumiço da filha,
acionou a Polícia e registrou um Boletim de Ocorrência."
A garota, que estava em uma confraternização com os pais em Fortaleza,
fugiu do local e encaminhou-se, até o terminal de ônibus da Parangaba,
onde solicitou a um mototáxi que a levasse até o endereço do suspeito.
Em depoimento à Polícia Civil, a criança afirmou que, após o culto, por
volta da meia-noite de quarta-feira, o casal a levou para a casa deles.
“Ele pagou para ela ir até lá. Na residência, o casal, que tinha
comprado duas garrafas de vinho, convenceu a garota a ficar na varanda
com ele. Lá, deram bebida alcoólica para a menina e, na frente da
companheira, ele começou as investidas sexuais, tocando nas coxas da
criança.”
Ainda segundo a Polícia, o casal e a menina se dirigiram até um dos
quartos da residência. No aposento, os três se acomodaram em uma cama,
onde os assédios contra a criança continuaram. “Ele a levou para o
quarto. Após um tempo, ele pediu para que a companheira saísse de lá. Em
seguida, trancou a porta e a mulher insistentemente bateu para que ele
abrisse, mas o homem passou cerca de 40 minutos sem atendê-la.”
Para a Polícia, a vítima informou que o suspeito, ignorando os chamados da companheira, a estuprou.
Volta para casa e denúncia
De acordo com o inspetor, apesar de a família ligar insistentemente
para saber o paradeiro da filha, nenhuma das ligações foram atendidas.
Contudo, na tarde dessa quarta-feira (2), a garota entrou em contato com
os familiares, informando que estava voltando para casa.
Ao se encontrar com os pais, a garota informou apenas parte dos abusos:
“Ela disse para o pai, inicialmente, que o suspeito só a tinha beijado.
Porém, desconfiado, ele acionou a polícia, para que o caso pudesse ser
esclarecido.”
Antônio Moraes disse que, um exame de corpo de delito feito pela
Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) comprovou a violência
sofrida pela criança. “Além do depoimento da companheira dele e da
própria vítima, o exame aferido confirma o que aconteceu.”
O inspetor informou que o homem negou o estupro, mas foi preso em
flagrante ainda na casa onde garota diz ter ocorrido o crime. “Ele negou
o tempo todo, até por ser vigilante, sabe que é um crime grave, de 8 a
15 anos de reclusão . Ele apenas confessou que a levou para o quarto e
que esteve com a vítima, mas que não praticou o ato”, afirmou o policial
civil.
O vigilante foi autuado em flagrante por estupro de vulnerável e no
Artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por fornecer
bebida alcoólica a uma criança. A mulher, conforme o inspetor, é
investigada pela Polícia.
"A Polícia ainda está investigando se houve participação da mulher. A
priori, não foi detectada a participação dela, mas as investigações vão
continuar. O inquérito tem dez dias para ser concluído e, se durante
esses dez dias, for detectado que houve a participação dela, com certeza
irá responder por co-autoria no estupro de vulnerável."
O policial civil salientou ainda a importância de relatar casos como
esses para polícia e falou também sobre o cuidado que os pais devem ter
com os filhos em relação às redes sociais. “A gente sempre recomenda aos
pais a não se conformarem apenas com o depoimento da vítima. É
necessário conduzir o caso ao Conselho Tutelar, a uma delegacia
especializada. Procure ajuda, procure a Polícia”, finalizou.
(G1/CE)