Samina Bibi disse ter gritado muito por socorro enquanto estava deitada
sob a neve, após a avalanche ocorrida na região da Caxemira controlada
pelo Paquistão.
O número de mortos pelas avalanches de segunda-feira (13) no Vale do Neelum, no Paquistão, na região do Himalaia disputada pelo Paquistão e a Índia, subiu para 74, segundo autoridades paquistanesas, enquanto as equipes de resgate continuam recuperando corpos.
Além disso, também há vítimas em avalanches no Afeganistão.
Samina teve sorte. "Eu pensei que morreria lá", disse ela de uma cama
de hospital em Muzaffarabad, onde a menina e dezenas de outras pessoas
feridas estavam recebendo tratamento após serem transportadas de avião.
Para a mãe de Samina, Shahnaz Bibi, que perdeu um filho e outra filha
na tragédia, o resgate foi simplesmente um milagre. Depois de ter sido
ela própria retirada da neve, Shahnaz disse que ela e seu irmão, Irshad
Ahmad, haviam perdido a esperança de encontrar Samina viva.
Samina disse que não conseguia dormir enquanto esperava ser resgatada. A
perna dela estava fraturada e sangue escorria da boca.
Para a família, o desastre aconteceu muito rápido. "Não ouvimos nenhum
estrondo", disse Shahnaz, lembrando os momentos antes da avalanche
soterrar a casa de três andares onde ela e sua família estavam abrigadas
com outras pessoas da vila. Pelo menos 18 delas morreram.
Samina e sua família estavam reunidos em volta de uma fogueira quando a
avalanche atingiu o local. "Aconteceu num piscar de olhos", disse
Shahnaz.
A Caxemira está dividida entre a Índia e o Paquistão desde a independência em 1947. Em 2012, uma avalanche atingiu um quartel-general do Exército paquistanês perto da fronteira indiana, matando pelo menos 124 soldados e 11 civis.
(G1)