Os brasileiros, atualmente, estão muito preocupados com o Coronavírus,
um novo vírus que ataca o sistema respiratório e se espalhou a partir
da região de Wuhan, na China, e foi classificado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) como emergência internacional.
O número de casos confirmados de Covid-19
(Coronavírus), doença provocada pelo novo coronavírus, subiu na China
para 59,8 mil, de acordo com o balanço divulgado nesta quinta-feira
(13).
Ao todo, 1.368 pessoas morreram por Covid-19, incluindo um caso no
território semiautônomo de Hong Kong. Duas mortes foram registradas fora
do país: nas Filipinas, em 2 de fevereiro; e no Japão, nesta quinta.
O que muitos brasileiros não sabem é que o Brasil vive uma epidemia
de dengue com números bem parecidos. De 29 de dezembro de 2019 a 25 de
janeiro deste ano, foram notificados 57.485 casos prováveis (taxa de
incidência de 27,35 casos por 100 mil habitantes) de dengue no país. O
dado é do último Boletim Epidemiológico, divulgado pelo Ministério da Saúde agora em fevereiro.
O número é levemente superior ao mesmo período do ano passado e quase
o triplo do mesmo período de 2018. A situação, que já é preocupante,
ainda pode piorar, visto que historicamente o pico da dengue costuma
ocorrer no mês de abril, em razão do período chuvoso.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou em entrevista ao El País
que “você tem muito mais chance de morrer de dengue no Brasil, hoje, do
que de coronavírus”. A pasta que ele comanda confirma nove óbitos pela
doença neste ano e contabiliza 41 ainda em investigação.
A quantidade de pessoas que morreram de dengue neste ano pode ser bem
maior, conforme dados mais atualizados das secretarias estaduais. O
Paraná, sozinho, confirma seis óbitos somente na última semana (entre 4 e
10 de fevereiro) — eles ainda não foram contabilizados no boletim do
Ministério da Saúde.
O avanço da dengue tem preocupado gestores municipais, que pedem ao
Governo federal e à população que não reduzam a atenção ao enfrentamento
do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, diante do pânico que
tem sido gerado com a expansão do coronavírus no mundo.
O avanço de casos de dengue é comum no início do ano por conta das
chuvas, que aumentaram nas últimas semanas. A diferença deste momento é
que o país vive um novo surto da doença, algo que historicamente
acontece entre dois e três anos por conta da recirculação de novos tipos
de vírus, segundo especialistas.
Os Estados do Acre, do Mato Grosso do Sul e do Paraná são os que têm
apresentado maior incidência proporcional da doença. Segundo o último
boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, esses são os três estados
que superaram 100 casos por 100.000 habitantes no país. Desde o início
do ano, a pasta vem alertando para a possibilidade de surto em 13
estados.
São Paulo concentra um terço dos casos prováveis de dengue do país em
números absolutos. O Estado confirmou 10.890 casos em janeiro, enquanto
o Ministério da Saúde contabiliza 18.658 casos prováveis. Várias
cidades do estado, como Sorocaba, Lorena e Ribeirão Preto, já decretaram
epidemia.
Os principais cuidados para evitar a doença são impedir a formação de
poças em casa e limpar reservatórios de água. Além disso, é
recomendável que, ao visitar locais de mata, faça-se uso de repelente.
Agência Brasil



