Segundo o capitão, o programa de abstinência sexual foi criado pois o PT pregou que ‘vale tudo’ e chegou a um ponto de ‘depravação total’
O presidente Jair Bolsonaro
resolveu se manifestar sobre a campanha do governo que incentiva a abstinência
sexual como prevenção de gravidez precoce e infecções sexualmente
transmissíveis. Ao sair do Palácio da Alvorada, na manhã desta quarta-feira 5,
Bolsonaro disse que uma pessoa que vive com HIV é uma despesa para todos do
Brasil.
“Uma pessoa com HIV, além de ser
um problema sério para ela, é uma despesa para todos aqui no Brasil”, disse o
presidente, que relatou como exemplo o caso de uma jovem que supostamente teve
o segundo filho aos 15 anos e que contraiu HIV na terceira gravidez.
E Bolsonaro voltou a utilizar o
Partido dos Trabalhadores como justificativa para suas ações. Segundo o
capitão, o programa de abstinência sexual foi criado, pois “essa liberdade que
pegaram ao longo do PT que vale tudo chega a esse ponto, uma depravação total”.
O programa que Bolsonaro comentou
é idealizado pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares
Alves, junto com o Ministério da Saúde. A iniciativa não tem suporte científico
e por isso não deve ser levado em frente. É o que recomendaram as defensorias
pública da União e de São Paulo ao governo federal.
A recomendação das defensorias é
que os ministérios não veiculem a campanha, prevista para começar nos primeiros
dias do mês de fevereiro, mês do carnaval. Além da falta de comprovação
científica, os órgãos argumentam que a ineficácia desse tipo de iniciativa já
foi refutada por pesquisas nacionais e internacionais.
Nos Estados Unidos, onde
políticas de abstinência sexual existem há quase 40 anos, estudos não
comprovaram queda nas taxas de gravidez na adolescência e muito menos na
proliferação de infecções sexualmente transmissíveis a partir da recomendação
do início tardio da vida sexual.