O Ministério Público do Ceará (MPCE), por meio da Promotoria de 
Justiça de Varjota, ajuizou Ação Civil Pública (ACP) contra a prefeita 
do município, Francisca Célia Rodrigues e contra o secretário de Saúde 
da cidade, Antutino Martins, por ato de improbidade administrativa. De 
acordo com a ACP, que também é em desfavor à Prefeitura de Varjota, os 
requeridos realizaram seleção pública para a contratação temporária de 
agentes comunitários de saúde em desconformidade com a Lei nº 
11.350/2006, que regulamenta tais atividades. 
Segundo o promotor de Justiça titular da Promotoria de Varjota, Ítalo
 Braga, diversos itens do edital não seguem o que é estabelecido na Lei 
nº 11.350/2006, que proíbe, por exemplo, a contratação, em 
regime temporário, desses profissionais, exceto em casos de combate a 
surtos epidêmicos – a seleção ocorreu antes da chegada do 
Novo Coronavírus (COVID19) ao Brasil. Além deste item, o edital admite a
 contratação de pessoal com o ensino fundamental completo, enquanto que a
 Lei nº 11.350/2006 estabelece que os profissionais tenham, ao menos, o 
ensino médio completo.  
Conforme a ação, a Promotoria de Justiça de Varjota havia instaurado,
 em 10 de janeiro de 2020, Procedimento Administrativo, após 
representação formulada por quatro vereadores da cidade, dando conta de 
possíveis irregularidades no citado processo seletivo. Uma audiência foi
 realizada na sede da Promotoria de Varjota, com a participação do 
secretário de saúde, Antutino Martins; do procurador-geral do 
município, Ronkaly Rodrigues; do vice-prefeito, Cícero Teles; e do 
vereador Roberto Lira de Farias. Na referida audiência, o MPCE 
recomendou a anulação do referido processo seletivo, em virtude das 
irregularidades citadas na ACP, mas a Prefeitura de Varjota optou por 
manter a seleção pública, bem como o resultado e a contratação dos 
aprovados. 
Também foram constatadas irregularidades em outros pontos da 
seleção, como o não cumprimento do princípio da publicidade do processo,
 já que apenas uma pequena quantidade de pessoas tomou conhecimento do 
referido edital. Cabe ressaltar que, dentre os 17 nomeados, estão a irmã
 da atual prefeita municipal e um primo do atual secretário de Saúde, o 
que era proibido pelo próprio edital, e que configura prática de 
nepotismo. 
A Promotoria de Justiça de Varjota solicitou a suspensão, até o 
definitivo julgamento da ACP, do processo seletivo citado e, 
consequentemente, a revogação dos contratos temporários firmados com 
base no edital de seleção. O órgão do MPCE solicitou também que o 
município de Varjota seja proibido de realizar nova seleção pública para
 contratação de agentes de endemias sem prévia obediência das regras 
legais citadas na Lei nº 11.350/2006. 
Por fim, o promotor de Justiça Ítalo Braga solicitou a condenação da 
prefeita Francisca Célia Rodrigues e de seu secretário de 
saúde, Antutino Martins, por atos de improbabilidade administrativa, 
conforme os princípios da Administrativa Pública (Lei nº 8.429/1992, 
artigo 11, inciso I), às penalidades de: perda da função pública, 
suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de 
multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo 
agente e proibição de contratar com o Poder Público. 
Confira AQUI a Ação Civil Pública na íntegra. 
(MPCE)
 

 
 
 



 
 
