No dia a dia da rotina de trabalho, os agentes que compõem o setor da
Segurança Pública sabem que estão com a vida em risco devido à
violência. Quem assume a posição de participar do policiamento ostensivo
do Estado carrega consigo a responsabilidade de proteger a população.
Devido a este dever, mesmo em tempos de pandemia, o serviço da Polícia
se manteve como essencial e os militares permanecem nas ruas, agora,
também sendo expostos à infecção pelo novo coronavírus.
A reportagem teve acesso exclusivo ao mapa da Covid-19 na Polícia
Militar do Ceará (PMCE). O levantamento indica que, até essa terça-feira
(28), 650 policiais militares estavam sob suspeita da doença no Estado.
Em 21 casos, a Covid-19 já foi confirmada por meio de exames.
O mapa mostra um número ainda maior de casos que já estiveram sob
suspeita dentro da Corporação: 1.472. Além destes, a PMCE contabiliza
seis militares recuperados da doença e dois óbitos. Uma dessas mortes foi a do tenente-coronel João Océlio Atanazio Alves, de 50 anos. O oficial tinha hipertensão diagnosticada e ficou hospitalizado durante semanas.
Considerando que, atualmente, a tropa é composta por cerca de 22 mil
PMs, os registros indicam que quase 10% dos servidores da categoria
estiveram, em algum momento, sob suspeita da doença. Os números
comprovam que o alastramento do vírus impacta, diretamente, os agentes e
faz reduzir o efetivo em serviço nas ruas.
Farda, brasão, armamento, colete balístico e distintivo. Nenhum
desses itens encontrados na rotina de um policial tem serventia para
combater a propagação da Covid-19. É na máscara e no álcool em gel que
está o mínimo de proteção aos que não podem permanecer em isolamento
social como o resto das pessoas.
(Diário do Nordeste)