A despedida de entes falecidos passa por mudança no período da pandemia do novo Coronavírus.
 Sem velórios ou com número reduzido de pessoas e de tempo, os rituais 
fúnebres devem seguir as diretrizes estabelecidas pelos órgãos de saúde 
para evitar a disseminação do novo vírus. 
Durante a semana, o Ministério Público 
recomendou que as secretarias de Saúde do Ceará e Fortaleza sigam todas 
as normas no manejo de corpos de pacientes com confirmação ou suspeita 
da Covid-19. “Os rituais diante da morte são muito importantes, 
porque regularizam as experiências, fornecem um lugar seguro, desde um 
lugar físico, até um lugar afetivo importante para expressão das 
emoções, para que as pessoas possam enfrentar este momento juntas. Com a
 covid -19, esses rituais, que tinham função apaziguadora, organizadora,
 não estão acontecendo, e isso representa um risco para o luto 
complicado após a morte, porque não foram feitas as despedidas”, comenta Maria Helena Pereira Franco, professora e coordenadora do Laboratório de Estudos e Intervenções sobre Luto da PUC-SP. 
O tanatólogo Erasmo Luiz destaca que, com as mudanças nos rituais, o luto impactará nas relações sociais. “Quando
 as pessoas não vivenciam esse período, ou não dão tempo para si, acabam
 desenvolvendo crises de ansiedade, depressão e outras situações que 
poderiam ser evitadas caso houvesse uma melhor preparação para a morte”, argumenta. “Encarar
 a morte não é uma maneira de desvalorizar a vida. Um processo natural 
pelo qual todas as pessoas irão passar. Por isso precisamos discutir 
mecanismos de conviver de maneira de aceitá-la, assim como refletir 
sobre o assunto”, completa. 
Em artigo publicado no Cnews, o advogado e professor universitário Vanilo de Carvalho fez uma reflexão sobre o luto. "Qualquer
 definição, qualquer estudo e expressão, é insuficiente. Um conjunto de 
sinônimos não completa. As linguagens não sustentam, portanto. Luto é o 
nome daquilo que não tem nome", escreveu. 
(CNews)
 

 
 
 



 
