O agora ex-ministro Sérgio Moro entregou ao Jornal Nacional, da TV Globo, prints de conversas que, segundo ele, são provas das acusações que fez ao presidente Bolsonaro na
manhã de hoje (24). Nem uma pessoa com quem tem uma relação próxima, da
qual é padrinho de casamento, se livrou de ter uma conversa privada
entregue pelo ex-ministro para ser exibida em rede nacional.
No diálogo com a deputada federal Carla Zambeli (PSL-SP), o
ex-ministro e ex-juiz da lava-jato, foi ríspido. A parlamentar é casada
com o cearense Aginaldo Oliveira, coronel da PM do Ceará e comandante da
Força Nacional de Segurança.
No diálogo, Carla implora a Moro que aceite a indicação de Alexandre
Ramagem, atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin),
feita pelo presidente Bolsonaro, para o comando da Polícia Federal. Em
seguida, a deputada sugere que Moro vá ao STF em setembro (em referência
à abertura de uma das vagas do Supremo) e promete ela mesma convencer
Bolsonaro a indicá-lo.
Após a súplica, Moro responde apenas o seguinte: "não estou a venda".
O diálogo no momento de tensão nem de longe lembra a troca de afagos
ocorrida no casamento de Zambelli e Aginaldo, do qual Moro e a esposa
Rosângela foram padrinhos, em fevereiro deste ano.
Na ocasião, Moro elogiou a "coragem" dela e disse que a deputada
merecia uma "medalha honraria de caveira, da tropa especial. Fica minha
homenagem", concluiu. A deputada, que agora teve uma conversa privada
divulgada em rede nacional, chorou. Os dois casais dançaram ao som de
"la vie en rose".
(Diário do Nordeste)