A rotina de trabalho de profissionais de saúde, muitas vezes, exige
que eles estejam na linha de frente, em contato direto com pacientes
infectados pelo novo coronavírus. Em todo o mundo há registros de
profissionais vítimas que não resistiram à Covid-19. No Ceará, um grupo
de pesquisadores estuda usar um compilado de medicamentos em
profissionais de saúde que atuam com pacientes sob suspeita ou
infectados pelo vírus.
No último dia 30 de março, três médicos propuseram às direções de
hospitais em Fortaleza o uso profilático de hidroxicloroquina associada
ao zinco. A proposta é voltada aos profissionais de saúde que estão
assintomáticos e diretamente envolvidos no tratamento de casos suspeitos
ou confirmados da Covid-19. A ideia foi bem recebida por demais
pesquisadores que decidiram endossar a proposta. Até ontem, 12
pesquisadores assinavam a recomendação.
De acordo com o médico e professor de Farmacologia Clínica da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Manoel
Odorico Moraes Filho, um dos proponentes, a ideia da terapia profilática
surgiu embasada em estudos e devido à urgência de prevenir os
profissionais de saúde de serem infectados pelo Sars-Cov-2 (novo
coronavírus).
Manoel Odorico explica que a hidroxicloroquina é um fármaco seguro e
utilizado há mais de 75 anos. O médico pontua que existem pesquisas
clínicas nos Estados Unidos e Canadá avaliando o uso profilático do
medicamento contra a Covid-19.
Ontem, durante coletiva de imprensa, o ministro da saúde do Brasil,
Luiz Henrique Mandetta, criticou a UFC por incentivar o uso da
substância como profilaxia.
(Diário do Nordeste)