Procissão de penitentes em Barbalha é cancelada pela primeira vez



Há mais de 150 anos, os homens da Irmandade dos Penitentes da Cruz de Barbalha vestem sua opa e capuz para participar da procissão do fogaréu, realizada na Semana Santa. Sob a liderança do decurião, marcham, com tochas nas mãos, da Igreja do Rosário até o Igreja Matriz de Santo Antônio com outros 12 grupos dos municípios de Abaiara e Várzea Alegre, todos do Cariri. Neste ano, porém, esse importante rito foi suspenso pela primeira vez na história por conta da pandemia do novo coronavírus.
 
A passagem do padre Ibiapina pelo Cariri e a chegada da cólera, ainda na segunda metade do século XIX, foram importantes episódios para o surgimento dos grupos na região caririense, como narra o aposentado Antônio Francisco de Sales, de 77 anos, um dos líderes da Irmandade de Cruz.

A historiadora Patrícia Alcântara explica que a fundação destes grupos na região tem uma relação direta com o período epidêmico. Hoje, porém, o cenário é oposto. "Há um processo inverso por conta de uma determinação de saúde pública. Nunca aconteceu deles não saírem", enfatiza a pesquisadora. Ela lembra, ainda, que "sempre foi muito conflituosa a relação das determinações do Estado e as religiões".
   
Diário do Nordeste

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