Em janeiro, o novo coronavírus
já circulava no Ceará sem ser detectado pelas autoridades de saúde do
Estado. A secretária executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria
da Saúde do Estado (Sesa), Magda Almeida, garante que a pasta hoje tem
ciência que o tempo de circulação do vírus antecede em mais de dois meses a data em que o Estado conseguiu confirmar os primeiros casos da doença, 15 de março.
No Brasil, o registro inicial de detecção do coronavírus feito pelo
Ministério da Saúde é dia 26 de fevereiro, em São Paulo. Magda explica
que a constatação ocorreu a partir do acesso e avaliação por parte da
Sesa a dados retroativos, sobretudo, de casos atendidos na rede privada.
O IntegraSUS, plataforma da Sesa, registra que em janeiro e fevereiro
já havia 166 casos da doença em 11 cidades do Estado, sendo o início por
Fortaleza.
Dados da Pasta apontam que, se levada em conta a data de início dos sintomas, o Ceará teve caso de Covid-19 no dia 1º de janeiro.
Mas, se considerado o resultado dos exames, a data de registro de caso é
dia 20 de janeiro. Antes da sistematização desses dados, o dia 15 de
março era registrado como o início oficial de detecção de circulação do
coronavírus no Estado. Em janeiro, a Sesa aponta que havia casos em
Fortaleza, Caucaia, Eusébio, Itaitinga, Horizonte e Sobral. Em
fevereiro, além destas cidades, há dados sobre ocorrências também em
Itapipoca, Maracanaú, Pacajus, Quixadá e Sobral.
Mas, a partir de que evidências se faz essa projeção? Para chegar a
essa estimativa, a Sesa se baseia em, pelo menos, dois indicadores,
conforme Magda. Um deles é o relato feito pelos próprios pacientes e
registrados no prontuário de notificação dos possíveis casos. Na rede
privada, as pessoas contaminadas pelo vírus (ainda em janeiro, quando
não se sabia da circulação no Brasil) já alegavam, segundo a Secretaria
da Saúde, terem sintomas semelhantes aos hoje ligados à Covid-19.
(Diário do Nordeste)