Terra com boas manchas de solo para a fruticultura e de gente
trabalhadora, abençoada e sempre disposta ao trabalho, o Ceará está
descobrindo - graças à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedet) -
os segredos e virtudes do Mirtilo, uma frutinha de cor azul, que, além
de ótima como alimento, é melhor ainda como redutor dos níveis de
colesterol e de açúcar no sangue.
E ainda previne inflamações, pois é um potente antioxidante.
O agrônomo Sílvio Carlos Ribeiro, secretário Executivo de Agronegócio da
Sedet, que está à frente do projeto de tornar o Ceará um grande
produtor de Mirtilo, promoveu há quatro dias vídeo conferência que
reuniu a comunidade empresarial da agricultura estadual, para a qual
falou o professor doutor Osvaldo Yamanishi, da Universidade de Brasília
(UNB), um especialista nessa cultura.
Yamanishi surpreendeu, ao revelar que o Ceará tem grande potencial de
produção do Mirtilo em suas regiões de serra, como a da Ibiapaba e a de
Baturité, por exemplo.
Ele revelou mais: o ciclo de produção dessa saborosa fruta azul, que
demanda pouca água, é fácil e rápido - sua primeira colheita realiza-se
em apenas um ano.
Para o pequeno produtor cearense - Yamanishi disse - será a sopa no mel, uma vez que o lucro é garantido.
E para os que duvidam, Sílvio Carlos Ribeiro expõe alguns números: nos
EUA, onde há 50 mil hectares de Mirtilo cultivados, colhem-se anualmente
500 mil toneladas/ano, todas consumidos pelo mercado interno
norte-americano.
Tem mais: Há 10 anos, o Peru, nosso vizinho a Oeste, nem conhecia o
Mirtilo. Agora, os peruanos produzem e exportam 150 mil toneladas/ano,
equivalentes a US$ 900 milhões, mais do que as exportações de todas as
frutas frescas brasileiras.
Acompanhando com atenção a vídeo conferência do professor Yamanishi, os
empresários Edson Brok, sócio e diretor da Tropical Nordeste, que produz
e exporta banana nanica na Chapada do Apodi e tomate na Ibiapaba, e
Luís Roberto Barcelos, sócio e diretor da Itaueira, que produz e exporta
melão no CE, RN, PE e PI, manifestaram interesse nesse negócio, que, de
acordo com Sílvio Carlos Ribeiro, pode, em curtíssimo prazo, mudar a
paisagem da Ibiapaba e do Apodi e engordar a balança comercial do
estado.