Como restaurantes têm se preparado para retorno do atendimento presencial


 



Com a entrada de Fortaleza para a fase 2 do Plano de Retomada Responsável das Atividades Econômicas e Comportamentais, confirmada hoje pelo Governo do Estado, restaurantes da Capital se prepararam para retomar o atendimento presencial a partir de segunda (22).

Os últimos dias de casa fechada em decorrência do coronavírus foram de treinamento para os funcionários e readequação dos espaços.

Confira algumas das medidas adotadas

  • Restaurantes manterão apenas 50% da capacidade. O limite máximo de funcionamento dos restaurantes foi alinhado entre a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE) e o Governo do Estado. A associação repassou no início da semana os direcionamentos às empresas filiadas para que pudessem se preparar para o momento de reabertura, de acordo com o diretor executivo da entidade representativa, Taiene Righetto. Se o restaurante, no alvará, está autorizado a receber 100 pessoas, 50 clientes poderão ser atendidos.
     
  • As mesas também devem ser posicionadas a dois metros de distância uma da outra. De acordo com Righetto, cada mesa deverá acomodar duas pessoas - ou até quatro, se todas forem da mesma família.
     
  • Os estabelecimentos vão aferir a temperatura de clientes e funcionários.
     
  • Trabalhadores vão usar protetor facial e máscara. Haverá álcool em gel disponível.
     
  • Nos modelos self-service, os restaurantes poderão fazer de duas formas. A primeira é com o cliente apontando os alimentos que deseja enquanto um funcionário paramentado monta o prato. A segunda é com um funcionário fazendo a higienização e colocando luvas no cliente na hora que ele for se servir.
"Para nós será um grande desafio, mas os protocolos estão muito bem feitos e bastante seguro. Os restaurantes já estão se preparando desde o início da semana com os termômetros, luvas e tapetes sanitizantes", diz Righetto.
Apesar da expectativa para o retorno, o sentimento é de cautela. Righetto acredita que o setor vai demorar a se reerguer financeiramente e que só visualiza uma recuperação um pouco mais sólida no ano que vem.
"Nesse período de 90 dias nós perdemos 80% do nosso faturamento. A gente já vinha de um período difícil que foi o da greve dos policiais e quando a gente começou a se ajeitar veio essa paulada. Ninguém estava com 'gordura para queimar'".
"Nós estamos cautelosos, até porque vimos restaurantes em outros estados que reabriram só com 30% do faturamento e, pelo plano de retomada, só retomaremos plenamente o atendimento no fim de julho. Acredito que de agosto até o fim do ano a gente vai começando a entrar na normalidade, mas reagir e recuperar mesmo fica para o ano de 2021", detalha Taiene Righetto.
A proprietária do restaurante Culinária da Van, Van Régia, também compartilha o sentimento. Ela vê de forma moderada os próximos meses e lembra que, em muitos restaurantes, as vendas se concentram no período da noite. "
A gente tem um bom movimento no horário de almoço no sábado e domingo, mas na semana sempre foi à noite. Não acredito que haverá uma grande movimentação na retomada".
Ela lamenta o prejuízo para o estabelecimento nesses 90 dias, no qual o faturamento foi 10% do que o Culinária da Van faturava em dias normais, fora da pandemia. "A gente tentou segurar de todas as formas para não demitir". "Estamos nos preparando com todas as medidas possíveis", arremata.

Tecnologia

Andréa Nery é gerente de Marketing do Grupo Geppos, que reúne 5 restaurantes, dos quais 4 abrirão na segunda fase. Ela detalha que as expectativas são boas, mas avalia que o faturamento perdido no período só deve começar a ser recuperado após agosto.
"É quando a gente acredita que as coisas vão de fato normalizar e nós poderemos receber toda a nossa capacidade".
"Nós passamos toda a semana treinando as nossas equipes, passando para eles todos os cuidados que eles deverão ter. Convocamos a nossa equipe de atendimento, que estava afastada, e estamos passando todos os protocolos. Também fizemos a desinfecção das casas. Vamos adotar um modelo de cardápio digital com QR Code para evitar que as pessoas fiquem pegando. E mesmo o nosso cardápio físico será em um material que permite fácil limpeza", arremata Andréa Nery.

Diário do Nordeste

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