Volume de auxílio pago a cearenses demonstra fragilidade do mercado

 
Os recursos do auxílio emergencial liberados pela Caixa Econômica Federal ao Ceará, no valor de R$ 4,34 bilhões, referentes à primeira e segunda parcelas, refletem a fragilidade do mercado de trabalho e às condições socioeconômicas de grande parcela da população. A avaliação de economistas aponta ainda que os percentuais pagos, tanto no Estado como no Nordeste, são similares à fatia do contingente que vive na pobreza e extrema pobreza. O banco não informou a quantidade de beneficiários do programa no Estado.
"Eu acho que a relação é principalmente da estrutura informal do nosso mercado de trabalho, com um grande número de trabalhadores por conta própria. Isso mostra a fragilidade e dá uma ideia da dimensão do desafio que vamos ter para a retomada econômica. Isso vai exigir uma série de medidas para reativar a economia", avalia o economista Alex Araújo.
Segundo ele, o desafio no Ceará é ainda maior por conta do perfil econômico do Estado, demorando mais que a média do Brasil para recuperar as perdas neste período da pandemia do novo coronavírus. "Hoje, a economia está muito voltada para os serviços e depende do consumo interno. A permanência do auxílio emergencial por mais dois meses é fundamental", acrescenta.
Araújo diz ainda que a possibilidade de tornar o programa permanente já vinha sendo discutida, mas para ele, são necessárias outras medidas. "Como uma maior integração com o Cadastro Único. Tem que haver também uma contrapartida para a reinserção dessa população no mercado de trabalho. Mas é preciso cuidado com o foco do gasto e pensar em alternativas, como oferta de formação e reintegração ao mercado de trabalho".
O Sudeste foi a região com o maior número de pessoas que recebeu o auxílio, com 36,1%. Em segundo lugar, vem o Nordeste, com 35,7%. Do volume total, 10,9% foram pagos a moradores da região Norte, 10,2% do Sul e 7,1% do Centro-Oeste.
 
O POVO

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