A balança do coronafest deve ser a mesma balança para a eleição. Quem pesará é o quiteriense

Editorial do Sistema Voz de Comunicação


Há pouco mais de um mês, as atenções se voltavam para o município de Santa Quitéria, quando da realização de uma festa regada a aglomeração e bebida em um açude particular. A reação veio em massa: na sua grande maioria, rasgadas críticas a quem desdenhava do coronavírus e da sua letalidade e houve quem defendesse os que ali se divertiam. Na noite de ontem, o sinal de alerta disparou novamente: aglomerado de apoiadores de um partido político, como um termômetro do que deveremos enfrentar na eleição municipal.


A preço de hoje, Santa Quitéria tem 91% de seus pacientes recuperados da doença. 1.108 quiterienses no placar da vida, comemoram uma nova oportunidade. Outros 19, por infelicidade, tiveram suas caminhadas interrompidas. A adoção de um novo protocolo de testes e por conseguinte, redução de novos casos, não significa que o vírus parou de circular e que se retornou ao antigo normal. As rotinas tem se adaptado com constância, a medida que o comércio retoma. Afora que, já se admite recontaminação e segunda onda em outras partes do mundo.

É inegável que o tão propagado "fique em casa" já evaporou, diante da necessidade e do comportamento das pessoas, mesmo que ainda haja exceções que seguem os protocolos e acreditam na proteção estando reclusos. A foto que estampa este editorial é uma representação da balança da Justiça, que indica equilíbrio e ponderação para que, na hora de pesar, todos sejam julgados com igualdade nas tábuas da lei.

A medida em que o dito "coronafest" foi pesado na óptica das pessoas, se faz necessário que iguale os pesos deste comportamento para as aglomerações eleitorais. Mesmo que, por ventura tenham utilizado máscaras, mas o ar do distanciamento mínimo não fora respeitado. Independente de grupo político ou candidato, frise-se que eventos deste porte podem ser feitos em uma escala bem menor presencial e levados ao público através das redes sociais.

O compromisso do candidato deve estar, em primeiro lugar, garantir a saúde dos seus eleitores e usar as ferramentas que lhes tem. Não negue-se que os pretensos candidatos a Prefeitura e a Câmara Municipal já começaram suas andanças sede e interior, mas é dever enquanto figuras que desejam ao povo representar, que ajam com prudência, bom senso e respeito, não somente aos seus simpatizantes, mas a todos que até aqui se dedicaram.

Urge que a Justiça Eleitoral, Ministério Público e Secretaria de Saúde se atentem não a este isolado fato, mas para evitar que episódios se repitam até em escala maior, em público ou busque executar regras em consonância com o atual momento.

As responsabilidades não pesam somente aos candidatos, mas também aos apoiadores. Parte dos eleitores já avaliam não comparecer às urnas em 15 de novembro, por ainda sentirem um cenário incerto. Aos julgamentos que vierem, que a balança seja pesada com igualdade, baseada nos interesses coletivos e aos atos individuais, que seja conduzido pela compreensão, sensatez e retidão. Sem utopias, consolida-se a unidade dos quiterienses.
 
A Voz de Santa Quitéria

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