Na edição desta quarta-feira (12), a Folha de S. Paulo traz matéria a
respeito do rateio de verbas do governo federal às TVs. De acordo com os
jornalistas Fábio Fabrini e Julio Wiziack, o TCU (Tribunal de Contas da
União) identificou falta de critério técnico na mudança da divisão das
verbas oficiais investidas nas principais emissoras.
A Globo foi a que mais perdeu. Apesar de ser líder em audiência, com
média diária de público maior do que RecordTV e SBT juntos, o canal
carioca teve a participação reduzida de 39% para 16%, queda de quase 60%
na comparação entre 2018 (sob a gestão de Michel Temer) e 2019 (ano do
primeiro mandato de Jair Bolsonaro).
No mesmo período, o investimento de publicidade oficial da Secom
(Secretaria de Comunicação da Presidência) na RecordTV subiu de 31% para
43% do valor aplicado. O SBT viu a verba aumentar de 30% para 41%. Os
respectivos donos dessas TVs, Edir Macedo e Silvio Santos, são
apoiadores de Bolsonaro. A Globo é, nas palavras do chefe do Executivo,
um "inimigo" na mídia.
Desde que assumiu o Ministério das Comunicações, em junho, Fábio Faria,
genro de Silvio Santos, tenta melhorar a relação de Bolsonaro com a
Globo. Mas a cobertura incisiva do jornalismo do canal em relação ao
governo — com críticas diretas ao presidente e a seus filhos
parlamentares — dificulta uma possível trégua.
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