Covid-19: fumantes podem sofrer com sintomas mais graves da doença; entenda


Neste sábado, 29, alerta-se para o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data nacional é instaurada pela Lei Nº 7.488 e marca o controle do tabagismo como um problema de saúde coletiva no País. Em 2020, o foco da campanha será o tema "Tabagismo e Coronavírus" - isso porque às duas doenças se relacionam negativamente para os pacientes.

O tabagismo é considerado uma doença crônica causada pela dependência à nicotina - o composto está presente nos cigarros, charutos, cachimbos dentre outros derivados da planta tabaco, utilizada para compor os produtos. Durante o período do consumo, milhares de substâncias tóxicas circulam no organismo humano - a fumaça do tabaco, por exemplo, contém mais de 7 mil compostos nocivos.

Como o tabaco prejudica as defesas do organismo, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estabeleceu que o tabagismo é um fator agravante para a Covid-19: devido a um possível comprometimento da capacidade pulmonar, o fumante tem mais chances de ter sintomas graves da doença. A pessoa que fuma, inclusive, caso leve as mãos não higienizadas à boca para fumar pode contrair o Sars-CoV-2 (novo coronavírus).

Já no uso do narguilé, pode transmitir o novo coronavírus devido ao compartilhamento quando geralmente utilizado por mais de uma pessoa, além de expor os usuários a riscos prejudiciais de sua saúde pulmonar.

Outro ponto pouco citado são os fumantes passivos. O tabagismo passivo é quando um não fumante inala a fumaça de produtos que contenham o tabaco. Os principais atingidos são bebês e crianças, público que tem um risco aumentado de desenvolver doenças respiratórias, doenças do ouvido médio e síndrome da morte súbita infantil.

Essa exposição pode ser inevitável para os pequenos durante pandemia de Covid-19, período de aumento da convivência entre familiares. Crianças e bebês, inclusive, ainda são mais suscetíveis ao tabagismo porque o próprio fumante pode ser um dos pais ou dos responsáveis.

Alguns dos principais sintomas, de acordo com o Ministério da Saúde, são irritações nos olhos, tosse, dor de cabeça e alergias, principalmente nas vias respiratórias. No caso das crianças, é percebido um aumento do número de infecções respiratórias e elevação da pressão arterial.
Malefícios do consumo

A pneumologista Talita Noronha, do Núcleo de Oncologia e Hematologia do Ceará (NOHC), expõe que esse consumo favorece o surgimento de outras doenças. A dependência da nicotina tem relação com cerca de 50 doenças, como a impotência sexual no homem, menopausa precoce, complicações na gravidez e também os cânceres.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, só em 2020, 30,2 mil pessoas sejam diagnosticadas com câncer de traqueia, brônquio e pulmão - as mais comuns entre os fumantes. O consumo desses produtos também trazem problemas na circulação do sangue, doenças respiratórias como bronquite crônica e insuficiência respiratória, além de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e infarto, destaca Talita.

Os malefícios designam o tabagismo como uma pandemia - causadora de mais de oito milhões de mortes por ano no mundo. No Brasil, por exemplo, estima-se que 428 pessoas morrem por dia em decorrência do consumo do tabaco, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Já no Ceará, um total de 1290 casos entre homens e mulheres serão ainda diagnosticados em 2020, segundo o Inca.



(O Povo)

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