A investida estadunidense para banir a operação do aplicativo TikTok é o novo capítulo da mudança do cenário nos Estados Unidos para as empresas chinesas, especialmente as de tecnologia.
Durante o governo Trump, a relação de Washington com Pequim piorou
quando o assunto é comércio, segurança nacional ou tecnologia, mas nos
últimos meses o ambiente para empresas que tentam furar a linha de
separação entre às duas potências se tornou especialmente hostil.
"As relações entre EUA e a China estão
no pior momento dos últimos 40 anos", afirma David Dollar, que foi
emissário do Tesouro estadunidense na China entre 2009 e 2013, e é
integrante do centro de estudos John L. Thornton China Center no think
tank (centro de pensamento) Brookings Institute.
O uso da plataforma chinesa de vídeos curtos explodiu entre os
adolescentes estadunidenses e foi definida pelo jornal New York Times
como "a primeira história de sucesso verdadeiramente global da internet
chinesa".
A ByteDance, dona do TikTok, tentou contornar a separação entre os
dois países ao armazenar dados fora da China e contratar nomes
estadunidenses para gerir o aplicativo. Não foi suficiente. Os
estadunidenses argumentam que a China está engajada em uma campanha de
espionagem internacional para adquirir tecnologia que dê vantagem às
empresas chinesas, e que aplicativos e redes de tecnologia ameaçam a
segurança nacional.
(Diário do Nordeste)