Na última sexta-feira (28), o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), foi afastado do cargo por estar envolvido na Operação Tris in Idem. Para tentar reverter seu afastamento do cargo político, Witzel entrou nesta segunda-feira (31), com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido foi distribuído ao presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli.


A defesa do governador contesta a decisão monocrática do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que considerou adequada a perda temporária do cargo, por 180 dias.


O governador afirmou ainda na sexta-feira (28), ser vítima de "perseguição política" e adiantou que apresentaria os recursos contra a decisão assim que seus advogados tivessem acesso à íntegra da denúncia.


O governador é acusado de receber propinas, supostamente lavadas pelo escritório de sua mulher, Helena Witzel, para beneficiar organizações sociais em contratações do Estado. Segundo os investigadores do MPF, cargos e contratos teriam sido loteados entre três grupos distintos, liderados pelo empresário Mário Peixoto, pelo presidente do PSC Pastor Everaldo, um dos 17 presos na operação de ontem, e pelo empresário José Carlos de Melo.


Enquanto aguarda o posicionamento do STF, Witzel também vai precisar se defender do processo de afastamento na Assembleia Legislativa. A comissão especial que analisa o afastamento deve concluí-lo até a quinta-feira da outra semana, dia 10 de setembro, considerando o prazo dado a Witzel para apresentar sua defesa.


Operação Tris in Idem
"Tris in Idem" e é desdobramento da Operação Placebo, que investiga corrupção em contratos públicos do Executivo fluminense. O nome é uma referência ao terceiro governador que, segundo os investigadores, faz uso de um esquema semelhante de corrupção – em menção oculta aos ex-governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão.


Diário do Nordeste