Quase duas semanas após ter entregue ao Congresso Nacional o primeiro texto proposto da reforma tributária, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se prepara para encaminhar a segunda parte do documento ao Legislativo. Agora, Guedes propõe mudanças no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), com o aumento da faixa de isenção e uma porcentagem maior de pagamento dos indivíduos considerados mais ricos.
Atualmente, quem recebe salários maiores de R$ 1.903,99 por mês tem um percentual estabelecido sobre a remuneração para ser destinado ao imposto. O que Guedes está propondo é uma alteração nessa base de cálculos, visando distribuir de forma mais “justa” o valor da arrecadação - sem interferir no montante final.
Desde 2015 a tabela de valores do IRPF seguia congelada, ganhando a última modificação ainda durante o governo Dilma Rousseff. Com a inflação subindo anualmente e o aumento dos salários, mais brasileiros perdiam o direito à isenção e passavam a fazer parte do grupo que contribuía com o imposto.
Confira as mudanças propostas por Guedes
Aumento da faixa de isenção
Na tabela vigente, para ser isento de pagar o imposto é preciso ganhar até 1.903,99 por mês. O que o ministro está propondo ao Legislativo é que essa faixa de isenção sofra alteração e se estenda para pessoas que ganham até cerca de três salários mínimos mensal (R$ 3.135, pelo valor do salário de 2020), colocando muitos na “categoria isenta” do pagamento.
Redução nas deduções
A dedução é o processo que leva em consideração despesas do contribuinte ao longo do ano, sendo eles de gastos com funcionário, com saúde, com pensão, com imóvel, com doações a entidades beneficentes, entre outros. Se na hora de declarar o imposto o contribuinte declarar que teve despesa com algumas dessas ações, o Governo “deduz” um percentual de desconto sobre o valor a ser pago.
Redistribuição e diminuição da alíquota
Existe uma espécie de escala com percentuais - chamados de alíquota, para serem abatidos conforme o valor da remuneração declarada. Se o indivíduo recebe entre R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65, por exemplo, ele tem 7,5% do salário descontado para o pagamento do imposto, o que equivale a cerca de R$ 142,80. O que Guedes pretende é redistribuir esses percentuais, fazendo com que alguns indivíduos possam pagar menos e outros arquem com valores maiores.
Criação de nova taxa para os mais ricos
O Governo pretende criar uma alíquota própria para aqueles que ganham de R$ 36 mil acima. Dessa maneira, os que ganham maiores salários devem contribuir - consequentemente, com valores bem maiores do imposto, em comparação aos indivíduos que recebem menos. 
 
UOL