Sem shows por conta da pandemia, baterista investe na venda de pudim em Fortaleza




O baterista e compositor Felipe de Paula, 32, artisticamente chamado por Dipas, começou a trabalhar com música em 2004. Em Fortaleza, ele atua na banda de pagode Mesura e também realiza apresentações solo. Desde março deste ano, a pandemia do coronavírus afeta o trabalho musical do cearense. Sem apresentações com grandes públicos, ele resolveu empreender no ramo alimentício. Uma receita popular — o pudim — foi a saída para os problemas financeiros do instrumentista. Como alguns profissionais da área da cultura, Dipas não conseguiu o auxílio emergencial do governo federal devido ao perfil econômico. Do município de Fortaleza, ele ainda recebeu R$ 200 concedido para trabalhadores do setor. Antes de tomar a decisão de vender pudins, ele estava se mantendo com ajuda de amigos e com economias que conseguiu fazer com apresentações no carnaval deste ano. 
 
O baterista sempre gostou de cozinhar. Em um certo dia, a irmã dele, que também trabalha com venda de doces, incentivou o comércio da receita. "Em uma sexta-feira, comprei o material e fiz uns testes. Na segunda, já tinha vendido tudo, e minha vida mudou de ponta a cabeça", revela.

Dipas conta que a rotina é bem diferente da que leva como baterista. "Tivemos que investir dinheiro, tem o tempo de trabalho que é muito grande também. A gente pode ter um faturamento maior que a música, mas trabalhamos o dobro. Trabalhamos em torno de 10 horas por dia", explica.

O compositor e cantor Belinho da Silva chegou até a fazer um pagode para ajudar no comércio de pudim do amigo. O doce é vendido ao valor de R$ 25 a R$ 50, em tamanhos médio e grande.

 
 
(Diário do Nordeste)

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