Os cientistas cearenses Felipe Rocha, biólogo; Behatriz Odebrecht, médica veterinária; e Silva Júnior, enfermeiro, levaram à região um total de 130 peles de tilápia. Um veado-catingueiro, um tamanduá-bandeira, três antas, uma cobra sucuri, um queixada e outro animal não informado já receberam a intervenção.
Silva Júnior, que atua no Projeto Pele de Tilápia há cerca de cinco anos, explica que, em alguns animais, serão necessárias trocas do curativo biológico, diante da profundidade dos ferimentos. “Deixaremos nosso estoque aqui, e temos mais peles disponíveis na UFC. Caso seja preciso, enviaremos”, destaca. Apesar da seriedade das queimaduras, a técnica tem mostrado eficácia.
O uso da pele dos peixes de água doce em queimaduras, inicialmente, e depois em feridas, cirurgias ginecológicas e outras aplicações regenerativas é estudado há seis anos. Além do Ceará, as pesquisas são desenvolvidas em mais seis estados e em sete países, como informa Dr. Edmar Maciel.
O “curativo biológico temporário” começou a ser utilizado em mais de 50 pacientes do Núcleo de Queimados do Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza, e foi expandido para outras localidades. Recentemente, todo o estoque de 40 mil cm² de pele de tilápia foi oferecido ao Líbano, para ajudar no tratamento de queimaduras das vítimas da explosão que deixou milhares de feridos, na capital Beirute.
