PF mira traficantes internacionais que moravam no Ceará

 


Mais dois traficantes internacionais de drogas foram descobertos no Ceará. Eles foram alvos da Operação Símios, deflagrada pela Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) em Pernambuco, ontem, para desarticular uma quadrilha baseada no Nordeste do Brasil, que trazia cocaína de outros países da América do Sul e enviava para a Europa.

A base da organização criminosa no Ceará era a Região do Cariri, segundo a PF. Um homem foi preso preventivamente no Município de Barbalha. Já o outro alvo de mandado de prisão morava em Juazeiro do Norte, onde foi cumprido um mandado de busca e apreensão em uma de suas residências. Mas ele estava em um apartamento de luxo no Porto das Dunas, em Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

A reportagem apurou que, no instante da chegada da PF ao condomínio luxuoso, nas primeiras horas do dia, o suspeito conseguiu fugir. Policiais federais seguiram em buscas do criminoso pela região, mas não o localizaram até o fechamento desta matéria.

Conforme a Polícia Federal, a quadrilha nasceu em uma família do Rio Grande do Norte, mas ganhou braços em outros estados do Nordeste e até do Norte. Os criminosos traziam cocaína da Bolívia, da Colômbia e do Peru, passavam pelo território brasileiro, até chegar a portos, onde a droga era colocada em contêineres - misturada a outros produtos - e enviada para a Europa.

Ao todo, a Operação Símios cumpriu 22 mandados judiciais (sendo quatro de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão), nos municípios de Fortaleza, Barbalha e Juazeiro do Norte (Ceará); Torre, Boa Viagem, Piedade, Jaboatão, Bonito e Petrolina (Pernambuco); Natal e Parnamirim (Rio Grande do Norte); Teresina (Piauí); São Paulo e Sumaré (São Paulo); e Cuiabá (Mato Grosso).

A investigação da PF teve início em 21 de junho de 2019, quando a Receita Federal do Brasil (RFB) apreendeu, no Porto de Suape, Região Metropolitana do Recife, uma carga de cocaína que seria enviada pela quadrilha para a Bélgica. 808 kg do entorpecente estavam camuflados em uma carga de bananas. Em um ano e cinco meses, 15 pessoas já foram indiciadas, conforme a participação, pelos crimes de tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas podem variar de três a 20 anos de prisão, mas, considerando o conjunto de crimes, podem chegar ao limite máximo de 30 anos de cumprimento da pena.

Ligações

Paralelamente, a Superintendência da PF no Pará deflagrou a Operação Pojuca, ontem, para combater a mesma quadrilha. Mas, na ação, o único mandado de prisão foi cumprido no Rio Grande do Norte. Os investigadores do Pará chegaram à organização criminosa após outra apreensão da Receita Federal, desta vez de 1.436 kg de cocaína, que estavam envoltos de argamassa, no Porto de Vila do Conde, no município paraense de Barcarena, no dia 11 de outubro do ano passado.

A quadrilha já é uma velha conhecida da Polícia Federal. Envolvidos anteriormente com roubos e furtos de cargas no Nordeste, os líderes do grupo foram alvos da Operação Piratas do Sertão, deflagrada em 2010 nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia.

Já a lavagem de dinheiro da organização criminosa era realizada com o apoio de empresas do Sudeste e do Centro-Oeste do Brasil, que já foram alvos da Operação Além-Mar, deflagrada em 18 de agosto de 2020, também pela Superintendência de Pernambuco, com mandados cumpridos no Distrito Federal e em mais 12 estados - inclusive no Ceará.

 

 

 

(Diário do Nordeste)

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