Três anos após a maior chacina no Ceará nenhum suspeito foi julgado



Três anos depois da maior chacina já ocorrida no Ceará, com 14 mortos, nenhum dos envolvidos no crime foi levado a julgamento. O processo que apura a chacina das Cajazeiras ou do “Forró do Gago” se arrasta em uma das Varas do Júri de Fortaleza.


A matança aconteceu na noite de 27 de janeiro de 2018. Naquele dia ocorria uma festa na casa de forró promovida pela facção criminosa Comando Vermelho (CV). Seria uma “comemoração” pelo assassinato do dono de outra casa de shows, o “Forró do Damásio”, no bairro Tancredo Neves. Damásio foi morto pelo CV. Ao saberem disso, bandidos da facção rival, Guardiões do Estado (GDE ) prepararam a emboscada e se armaram com pistolas, espingardas, submetralhadoras e fuzis.


Do bairro Tancredo Neves partiu o “bonde” da GDE em direção à comunidade do Barreirão, onde estava localizada a casa de shows. Um comboio de carros e motocicletas, com vários homens fortemente armados, transitou por ruas e avenidas sem que fosse abordado pela Polícia. Em poucos minutos, os criminosos chegaram ao local, invadiram a casa de forró e mataram oito mulheres e seis homens, a maioria jovens.



Nas investigações realizadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), 13 pessoas foram responsabilizadas pela chacina. São elas: Djair de Souza Silva, o “De Deus” (apontado como o mandante do crime); Noé de Paula Moreira, o “Gripe Suína”; Auricélio Sousa Freitas, o “Celinho da Babilônia”; Zaqueu Oliveira da Silva, o “H20”; Misael de Paula Moreira, o “Afeganistão”; Renan Gabriel da Silva, o “Biel”; Francisco Kelson Ferreira do Nascimento, o “Susto”; Joel Anastácio de Freitas, o “Gaspar”; Ruan Dantas da Silva, o “RD”; Fernando Alves de Santana, o “Robin Hood”; Ayalla Duarte Cavalcante, o “Zóio”; e uma adolescente de 17 anos, além de um jovem de 18 anos que na época do crime era menor.


A maioria está presa, mas ainda sem julgamento. O processo ainda está na fase de instrução criminal na 2ª Vara do Júri de Fortaleza, no Fórum Clóvis Beviláqua. Testemunhas estão sendo ouvidas. No período do começo da pandemia do Covid-19, em março do ano passado, as atividades do Poder Judiciário cearense foram suspensas e o processo parou.


Fernando Ribeiro

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