8 em cada 10 mortes por Covid-19 no Ceará ocorrem em hospitais

 


Desde o início da pandemia até esta sexta-feira (21), o Ceará contabiliza 81,64% dos óbitos por Covid-19 em hospitais, isto é, das 19.723 mortes pelo vírus, 16.096 ocorreram em unidades de saúde. As informações são do portal da transparência do Registro Civil, o qual se baseia nas Declarações de Óbitos registradas nos cartórios do País.

Somente no ano de 2021, o Estado somou 7.885 mortes por coronavírus na área hospitalar, o que se reflete em 80,49% do total de falecimentos resultantes da Sars-Cov-2 no período. No ano passado, essa porcentagem foi de 82,45%, com 8.211 óbitos.

A faixa etária mais atingida foi a de homens entre 70 a 79 anos, com 1.026 ocorrências; seguida por homens de 60 a 69 anos (979); mulheres de 70 a 79 anos (904); mulheres de 60 a 69 anos (869) e homens de 50 a 59 anos (664).

As estatísticas são determinadas seguindo as declarações médicas presentes nos documentos oficiais, sendo considerada apenas uma causa para cada óbito. No painel, os locais de falecimento variam entre as categorias: hospitais, domicílios, vias públicas e outros.

Ampliação de leitos

O Governo do Estado ampliou a quantidade  de leitos desde o início da pandemia na região, com um índice de 74% de expansão no último ano. Em maio de 2020, havia 2.951 leitos para Covid-19 no Ceará. Destes, 2.040 eram para enfermarias e 911 para unidades de pronto atendimento (UTI). Já em maio de 2021, o valor total chega a 5.146, com 3.809 enfermarias e 1.337 UTIs.

Antes da pandemia, no ano de 2019, o Ceará contava com 428 leitos de UTIs clínicas, sofrendo um aumento de, aproximadamente, 264% se comparado aos dias atuais. A proporção para leitos de enfermaria também cresceu, em média, 25% no período.

De acordo com a médica infectologista Mônica Façanha, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), além da criação de leitos novos, o Estado também investiu na "adequação de leitos antigos que eram voltados para tratamentos eletivos".

Apesar desse cenário, a infectologista relata que as ondas da pandemia contaram com muitos casos de infecção, o que acabou gerando filas de espera no setor. “Isso é tudo o que a gente não quer que aconteça, isto é, muitos casos ao mesmo tempo e que a gente não consiga atendê-los da forma adequada porque os recursos são limitados”.

Para isso, Mônica Façanha destaca que os cuidados de prevenção contra o vírus permanecem, como a utilização de máscaras de proteção, o distanciamento social e a higienização das mãos. "Essa é uma preocupação que a gente precisa ter até que a população esteja vacinada num nível que não haja mais essas transmissões".

Covid-19 no Ceará

Até ontem (20), o Ceará registrou 758.808 casos confirmados de Covid-19 no Estado. Os municípios que mais somaram ocorrências foram Fortaleza, com 225.881 confirmações; Sobral, com 23.891; Juazeiro do Norte, com 23.469; Maracanaú, com 19.568; e Caucaia, com 18.877.

Ainda segundo o IntegraSUS, portal de transparência da Secretaria da Saúde (Sesa), até esta sexta-feira (21), 209 pacientes estão aguardando transferência para unidades de terapia intensiva no Estado e outros 159 esperam por vagas em enfermaria. 

Além disso, a taxa de ocupação de UTIs no Ceará encontra-se, atualmente, em 87,07%. Especificamente para adultos, esse percentual é ainda maior, chegando a 89,29%. No caso das enfermarias, o índice está em 77,23% no geral e em 78% para adultos.

 

(Diário do Nordeste)

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