'Turismo de vacina' faz agências no Ceará oferecerem pacotes de R$ 20 mil para imunização nos EUA

 


Após a sinalização nos Estados Unidos sobre a imunização de turistas e diante do dificultoso avanço desse processo no Brasil, agências de viagem enxergaram uma nova possibilidade de vendas: o turismo de vacina. Adquirindo pacotes que ficam em torno de R$ 20 mil, cearenses podem ser vacinados em solo norte-americano e aproveitar a oportunidade para fazer turismo de lazer ou de compras.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav) no Ceará, Murilo Santa Cruz, algumas empresas da capital cearense já estão trabalhando esse novo nicho.

O turista teria que passar 14 dias no México, por exemplo, e, de lá, com um teste Swab feito até 72 horas antes do embarque, poderia desembarcar em solo estadunidense.

Por isso, o pacote ao todo sai em torno de R$ 20 mil: leva em consideração a ida até o México e de lá até os Estados Unidos. "Mas nós também estamos aguardando a reabertura das fronteiras dos EUA para os brasileiros, o que vai facilitar muito e poderia baratear esse pacote".

"Só a passagem aérea sai US$ 1.470, porque o viajante vai do Brasil para o México e depois para os EUA e retorna ao México para pegar o voo de volta para o Brasil. Essa é a rota mais econômica. Se as fronteiras abrissem, teríamos a passagem a US$ 550, US$ 580", detalha Murilo Santa Cruz.

Ele também pontua que, não havendo a necessidade de isolamento de 14 dias e sendo necessária apenas a comprovação por meio de teste Swab, o pacote sairia ainda mais barato, já que não seriam necessários tantos dias de hospedagem.

A vacina mencionada por ele é a desenvolvida pela Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson. Esta semana, o prefeito da cidade de Nova York, Bill de Blasio, deu uma declaração sobre a ideia de vacinar gratuitamente os turistas, pontuando inclusive que a ideia já tem aprovação do governo estadual.

Expectativa

Santa Cruz avalia que, se as fronteiras forem reabertas, o turismo de vacina ganhará força e deve haver uma "corrida" em busca da imunização nos Estados Unidos. "Já vemos alguns grupos tentando conciliar o turismo de vacinação com o turismo de compras e outros mesmo com o de lazer".

Possibilidade restrita

Ele detalha que as agências de viagens, um dos segmentos mais duramente impactados pelo avanço da pandemia do coronavírus, já observam uma melhora na procura e que há expectativa de avanço nas vendas caso as fronteiras reabram.

"Durante esse período em que o Brasil tiver dificuldade na aceleração da vacinação, haverá uma procura relativamente grande, mas ainda é um nicho muito restrito aos que tem poder aquisitivo elevado", afirma Santa Cruz. Ele também lembra que são muitos dias de viagem e que acaba sendo difícil para alguns brasileiros estarem ausentes durante tantos dias.

"É uma vacina que sai cara, mas na medida que a fronteira reabrir, aí eu imagino que atrairá o interesse de muita gente", detalha.

Na última semana, durante evento online de lançamento de uma feira de turismo, o titular da Secretaria do Turismo do Estado do Ceará, Arialdo Pinho, afirmou que está tentando trazer novos voos entre a Capital cearense e os Estados Unidos, mas não revelou quais seriam as companhias responsáveis pelas frequências.

 

 

(Diário do Nordeste)

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