Após morte de companheira por Covid, pai luta para registrar filho em Fortaleza

 


O casal Mailson do Nascimento, 33 anos, e Maria Mirele Paula da Silva ainda aproveitava os primeiros meses do filho Thayson, quando a Covid-19 mudou o curso da vida planejada pela família. A jovem foi diagnosticada com o novo coronavírus e morreu em 7 de março deste ano, em uma Unidade de Pronto Atendimento de Fortaleza, deixando o companheiro e o filho, na época com quatro meses e ainda sem registro de nascimento.

Três meses após a morte de Mirele, o pequeno Thayson, hoje com sete meses, ainda não possui a certidão e Mailson luta para garantir o documento do filho. Juntos por um ano e três meses, o casal não havia formalizado o relacionamento em cartório.

"Quando o Thayson nasceu a gente tentou registrar na maternidade, mas ela havia perdido os documentos e não conseguiu tirar a segunda via. O tempo foi passando, ela adoeceu e depois da morte dela procurei um cartório para fazer o registro, mas como a gente não era casado, só junto, informaram que eu teria que procurar um juiz para autorizar. As coisas foram ficando difíceis e ainda não consegui fazer o registro dele", relata Mailson.

Pai mostra B.O para comprovar parentesco

Segundo ele, a falta da certidão de nascimento do filho o faz passar por vários constrangimentos, principalmente quando a criança precisa de atendimento médico. "Uma vez tive que levar ele em uma consulta no posto e pediram a certidão, é muito ruim porque eu sempre tenho que explicar a história toda e o que aconteceu com a mãe dele", afirma o pai.

Para tentar se resguardar, Mailson registrou um Boletim de Ocorrência em uma delegacia da Polícia Civil em abril deste ano e usa o papel sempre que precisa sair com Thayson. "No dia 13 fiz o B.O e levo ele para todo canto quando eu vou sair com meu filho". 

 

(G1/CE)

Postagens mais visitadas