Cirurgias eletivas são suspensas em todos os hospitais da rede estadual no Ceará

 


As cirurgias eletivas nos hospitais públicos estaduais do Ceará estão suspensas, conforme a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). O órgão informou que a decisão foi tomada em decorrência do aumento de casos Covid19 e de síndrome gripal.

A Sesa disse ainda que a iniciativa está prevista dentro do plano de contingência de enfrentamento à pandemia e ocorre para adequação da rede hospitalar para tratamento desses pacientes. O órgão informou ainda que assim que o cenário epidemiológico permitir, as cirurgias eletivas voltarão a ser realizadas na rede estadual para atender as demandas dos cearenses.

A Sesa também detalhou que do dia 22 de outubro de 2021 até o dia 4 de janeiro de 2022, por meio do programa Plantão Cirurgias, 13.481 cirurgias eletivas foram realizadas pelo estado. O número de procedimentos é superior ao projetado no início do programa para esse momento, conforme a Sesa.

Suspensões anteriores

Em outubro de 2021, o governador Camilo Santana lançou o programa Plantão Cirurgias 24h para realizar 30 mil cirurgias eletivas em todas as regiões de saúde do estado do Ceará. Os procedimentos foram afetados e ficaram reprimidos em decorrência da segunda onda da pandemia de Covid-19.

Esta não é a primeira vez que o Ceará toma medida similar por conta da pandemia. O estado estimou suspender mais de 5 mil cirurgias no começo da primeira onda de Covid-19, em abril de 2020. A decisão também foi aplicada no começo de 2021, quando o estado enfrentava a segunda onda de coronavírus. 

O Hospital Leonardo da Vinci, em Fortaleza, foi a primeira unidade estadual que suspendeu temporariamente todas as cirurgias eletivas para focar o atendimento para pacientes com quadros de síndromes gripais que necessitem de internação.

A informação foi repassada pelo secretário estadual da Saúde, Marcos Antônio Gadelha, em entrevista concedida à TV Verdes Mares.

"A gente, a partir de hoje, vai deixar de fazer cirurgias eletivas e vai focar o Hospital Leonardo da Vinci para atender síndromes gripais que estão com SRAG, as síndromes gripais com desconforto respiratório que precisa de internação. [O hospital] vai ser dedicado a atender esse tipo de paciente", disse o secretário.

O Hospital Leonardo da Vinci havia voltado a realizar cirurgias eletivas em julho do ano passado, após cinco meses de suspensão devido à segunda onda da pandemia de Covid-19. O hospital era privado, mas foi adquirido pelo Governo do Estado no início da pandemia se tornando referência estadual no tratamento da doença.

Os casos de síndrome gripais no Ceará disparam nos últimos dias, com alta procura de atendimento médico em UPAs e hospitais particulares. Segundo o secretário Marcos Antônio, o estado também registra aumento de internações em enfermarias.

"Vem aumentando a internação em enfermaria, aumentou também em terapia intensiva. O que a gente tem observado é que tem aumentado em terapia intensiva, mas não tem aumentado um quantitativo importante de pessoas com necessidade de serem intubadas, como foi nos dois momentos da pandemia, né? Em que as pessoas davam entrada nas UTIs, e a maior parte dessas pessoas era intubada", afirma.

Ainda segundo o secretário, o estado registra demandas de UTI, mas não há quantidade elevada de pessoas que precisem de intubação. "Pessoas estão precisando de suporte respiratório, precisando de fisioterapia, de medicamento, mas a demanda de pacientes com necessidade de ventilação mecânica ainda não tem aumentado. Isso pode ser reflexo da vacinação", afirma.

 

 

(G1/CE)

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