Censo 2022: recenseadores alegam falta de pagamento e atraso na entrega dos materiais em Fortaleza

 Recenseadores de Fortaleza alegam que ainda não receberam o material para o censo demográfico até esta segunda-feira. — Foto: TV Integração/Reprodução

Recenseadores de Fortaleza selecionados para atuarem na coleta de dados do Censo Demográfico 2022, iniciada nesta segunda-feira (1º) em todo país, reclamam da falta de pagamento da ajuda de custo dos dias de treinamento e atraso na entrega dos materiais de identificação.

O Censo Demográfico é organizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Ceará, 7.348 recenseadores foram treinados para a realização do trabalho, dos quais 2.269 atuarão apenas em Fortaleza.

O g1 entrou em contato com o chefe do IBGE no Ceará, Francisco Lopes, que explicou que o sistema de pagamento do órgão começou a receber informações de recenseadores do país todo e que acabou não suportando a gama de informações.

Lopes também disse que o sistema foi reestabelecido na sexta-feira (29) e que os recenseadores que participaram do treinamento devem receber o pagamento até a próxima quinta-feira (4). Sobre o material de trabalho, o gestor afirmou que os recenseadores recebem no ato da contratação.

Falta de informações

Conforme uma recenseadora ouvida pelo g1, que terá a identidade preservada, ela e outros selecionados passaram por um treinamento na capital cearense entre os dias 18 a 22 de julho. Na ocasião, os candidatos passaram por uma prova.

"Fui convocada na segunda às 19:11h, para assinar o contrato na terça 26/07 às 9h 'impreterivelmente'. Corri com todos documentos, depois disso só pediram para aguardar um e-mail para começar a trabalhar e até agora nada", relatou a recenseadora.

De acordo com a candidata, além da falta de informações para o início do trabalho, ela e os demais selecionados não receberam a ajuda de custo de R$ 40 por dia de treinamento para quem compareceu a 80% das aulas, como estava previsto no edital da seleção do IBGE.

"Muita gente que tinha trabalho avulso perdeu dinheiro por causa do IBGE, pois passamos quase uma semana em treinamento e outra semana aguardando ser chamados e nada. Todos os recenseadores estão reclamando, porque passamos uma semana em treinamento de 8h às 17h, gastando dinheiro de passagem e almoço do nosso bolso e até agora nenhum retorno de ajuda de custo que daria R$ 200", disse a mulher.

Ainda segundo a recenseadora, os materiais de identificação como coletes, boné e crachá com a identidade visual do IBGE também não foram entregues para ela e algumas pessoas que irão coletar os dados do Censo.

A mesma situação é relatada por um outro recenseador, que faz parte de um grupo de 22 selecionados que não estão podendo trabalhar.

"Era para a gente começar a trabalhar hoje, mas nem nosso colete foi entregue. Tem muitas pessoas desistindo por conta desses problemas", falou o homem. 

 

 

(G1/CE)

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