Policial militar suspeito de matar jovem em delegacia no Ceará tem pedido de liberdade negado

 Jovem foi assassinado a tiros por policial dentro de delegacia em Camocim. — Foto: Arquivo pessoal

O policial militar George Tarick de Vasconcelos Ferreira, suspeito de matar um jovem dentro de uma delegacia em Camocim, no interior do Ceará, teve o pedido de liberdade negado pela Justiça.

O agente está preso desde fevereiro, quando matou a tiros o jovem Mateus Silva Cruz, de 19 anos. Na ocasião, o agente e a vítima foram levados para a unidade da Polícia Civil após uma discussão em uma festa. À época, o policial chegou a alegar em depoimento que assassinou o jovem "em um momento de fúria, levado por violenta emoção".

Três dias após o crime, Tarick foi afastado preventivamente das funções, conforme decisão da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD). Ele também foi indiciado por homicídio qualificado e se encontra preso no 5º Batalhão da Polícia Militar de Fortaleza.

O advogado do policial, Rivaldo Veras, deu entrada em um pedido de liberdade, alegando excesso do prazo do processo.

"A investigação foi concluída, a oitiva com todas as testemunhas já foi finalizada, o interrogatório do acusado também já foi concluído e ainda estamos aguardando a sentença de pronúncia. Com base nessa sentença o juiz da 1ª Vara diz se vai remeter ou não esse processo ao Tribunal do Júri, que onde nós poderemos ter uma previsão da data do julgamento por parte do tribunal", disse Rivaldo Veras.

O juíz responsável pelo caso justificou que não houve excesso e decidiu por manter sobre a prisão do agente.

A defesa também cobrou o andamento do processo contra Tarick na Controladoria.

"...esse procedimento também teve sua instrução concluída e está aguardando apenas o órgão administrativo de disciplina do Governo do Estado do Ceará para se manifestar sobre a demissão do acusado", falou o advogado do PM.

A CGD informou que a Delegacia de Assuntos Internos (DAI) pediu a Justiça a prorrogação do prazo para a conclusão do inquérito policial, com a finalidade de maiores apurações sobre o caso.

Ainda segundo a Controladoria, o agente continua afastado e foram instaurados procedimentos disciplinares para a apuração dos fatos na seara administrativa, estando estes, atualmente, em trâmite processual.

'Vivendo uma tristeza imensa'

O pai da vítima, o comerciante Eglício de Souza Cruz, espera que além do PM que fez os disparos, outras pessoas sejam responsabilizadas pelo crime, pois Matheus estava sob a custódia da Polícia Civil quando foi atacado.

"De vez enquanto eu choro, minha mulher que dá apoio em casa. Estamos vivendo uma tristeza imensa. Quero que a justiça seja feita e todos os envolvidos paguem", disse Eglício.

À época, o comerciante relatou que o filho estava algemado e machucado quando foi atingido por, pelo menos, seis disparos.

A morte de Matheus causou comoção na cidade e seis meses após o crime, Eglício ainda sente as consequências da perda do filho.

"Nossa família está muito abalada, não consigo mais trabalhar, penso nele toda hora e a todo instante. Não consigo mais fazer nada aqui em casa, não consigo viver em paz", falou o comerciante. 

 

 

(G1/CE)

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