Fortaleza: Profissionais da Enfermagem cobram piso salarial em protesto

 Manifestação de profissionais da enfermagem pela aprovação do piso salarial para a categoria....

Profissionais da Enfermagem se reuniram na avenida Beira Mar, na manhã desta sexta-feira, 9, em Fortaleza, para cobrar a aprovação e o pagamento do piso salarial. O piso salarial havia sido aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, o ajuste da remuneração foi suspenso pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), no último domingo, 4. Outras manifestações estão planejadas na Capital, além da possibilidade de greve das atividades dos profissionais da saúde.

Com gritos como “Olê, olê, olê, olá, quero piso já” e “Enfermagem na rua, Barroso, a culpa é sua”, enfermeiros e técnicos de enfermagem fizeram concentração em frente ao clube Náutico Atlético Cearense, por volta das 8h30min.

Em caminhada até o Parque Bisão, no Mucuripe, eles manifestaram o descontentamento com a decisão monocrática do ministro do STF. A decisão monocrática consiste em uma determinação proferida por um único magistrado. O ato durou cerca de duas horas e meia, sendo finalizado por volta das 11 horas. 

A coordenadora da frente cearense pela valorização da Enfermagem, Marta Brandão, disse que uma nova mobilização em Fortaleza, na Praça da Bandeira, está prevista para a próxima quarta-feira, 14, às 9 horas. Na ocasião, a expectativa da categoria é formar uma assembleia para deliberar greve. 

“Nós salvamos mais de 34 milhões de brasileiro durante a pandemia da Covid-19. Nós vacinamos mais de 470 milhões de brasileiros para protegê-los contra essa pandemia. O STF é o guardião da constituição. É inadmissível que ele aja contra quem dedicou a sua vida a salvar vidas", afirmou a coordenadora.

A vereadora Enfermeira Ana Paula (PDT) também participou do ato: “Com essa decisão, o ministro retira a dignidade de quase 3 milhões de profissionais da enfermagem no Brasil. Nosso piso salarial, com o valor de R$ 4.750 para o enfermeiro e R$ 3.125 para o técnico de enfermagem, é a garantia da dignidade e de um processo de libertação do profissional”.

Segundo ela, a enfermagem vem sofrendo muito com os baixos salários e com jornada de trabalho exaustiva.

"Na pandemia, nós nos dedicamos diariamente a enfrentar um vírus desconhecido e garantir a vacinação da nossa população. Na ocasião, nós recebemos palmas, mas agora estamos recebendo um duro golpe do ministro Barroso”, acrescentou a vereadora.

A organização não informou estimativa de participantes no protesto desta manhã. 

“Não somos menos importante”

Evandro Silva, 27, foi um dos profissionais da enfermagem que estiveram no local para reivindicar o piso salarial para a categoria.

“Eu considero este ato legítimo. Nós estamos reivindicando um direito garantido pela Constituição Federal. A gente espera que isso seja corrigido [ação do ministro Barroso]. Queremos que nossa categoria, tão sofrida e que fez muito por todos durante a pandemia, seja reconhecida através do seu piso salarial.”

“Tendo em vista que o sistema de saúde não consegue funcionar sem a enfermagem, nós não somos mais ou menos importantes do que nenhuma outra classe da saúde. Uma coisa é nítida, se faltar a enfermagem em qualquer hospital e serviço de saúde, o serviço não funciona”, explicou Evandro. 


O Povo

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