Brasileiro diz que autoridades do Catar tomaram bandeira de Pernambuco após confundi-la com apoio a LGBTQIA+

Bandeira de Pernambuco — Foto: Reprodução/WhatsApp
Bandeira de Pernambuco — Foto: Reprodução/WhatsApp

 

"Pessoal, eu estou nervoso, tremendo, de fato, porque a gente estava com a bandeira de Pernambuco. [...] Estou aqui com alguns voluntários. Ela é de Recife. Desculpa, eu estou tremendo, porque fui atacado por alguns integrantes do Catar, pessoas com essa roupa e também policiais porque eles vieram para cima das meninas achando que era uma bandeira LGBT, mas, na verdade, é apenas a bandeira de Pernambuco. Fui filmar e eles pegaram meu telefone e só devolveram me obrigando a deletar o vídeo que eu fiz. Eu só consegui meu celular de volta porque eu deletei o vídeo que eu fiz. Isso é um absurdo porque a gente tem a autorização da Fifa para filmar absolutamente tudo, aqui no estádio", disse o jornalista Victor Pereira, que presenciou o fato, em vídeo divulgado nas redes sociais.

Ao g1, Vitor afirmou que está no Catar a trabalho, devidamente credenciado pela Fifa.

"Estou com um upgrade pass, que é a autorização para filmar em lugares públicos, filmar tudo por aqui. E aí tinha acabado de sair do jogo entre Arábia Saudita e Argentina, estava aqui na frente gravando algumas coisas e a gente viu brasileiros. A gente sempre vai em cima dos brasileiros para gravar e tudo mais", contou.

De acordo com ele, ao abordar os torcedores brasileiros, pegaram a bandeira de Pernambuco para fazer uma foto, quando tudo aconteceu.

"Dei o meu celular para uma outra pessoa tirar a foto. Quando eu vou no meu celular para ver a foto, que volto, está uma confusão lá, o cara pegando a bandeira de Pernambuco, jogando no chão, pisando. Minha reação foi pegar meu celular e gravar absolutamente tudo. Quando eles viram que eu estava gravando, vieram para cima de mim. Pessoas com credencial e também policiais vieram para cima de mim. E o cara pegou meu celular. Pegou, tomou da minha mão, e ameaçou jogar no chão".

Neste momento, Vitor relata que afirmou que é jornalista e mostrou a credencial. Ao que o homem teria respondido "não importa, não importa, delete, delete".

Em seguida, um policial pegou o celular e ordenou que ele destravasse pelo reconhecimento facial para deletar o vídeo.

"E aí eu deletei. Ele ficou ameaçando, dizendo ‘eu vou jogar no chão, vou quebrar ele’. E é meu único meio de trabalho. Peguei, deletei o vídeo e ele mandou eu ir na lixeira para se certificar de que não estava na lixeira e pronto. Aí, foi isso, tive que deletar, ele me devolveu e vieram outras pessoas que estavam com credencial, que viram a confusão, perguntar o que tinha acontecido".

Segundo Vitor, quando a situação foi explicada, essas pessoas que estavam com credenciais, voluntários na Copa, pediram desculpas. "Disseram que eles não tinham o direito de ter feito isso e que, se eu quisesse, poderia denunciar aqui dentro, porque a gente estava próximo de duas torres que têm câmera, e o cara pode ser identificado. Eu estou tentando fazer isso, mas é tudo muito complicado", lamentou.

Arco-íris na bandeira

O arco-íris está presente na bandeira do estado desde 1817, ano da Revolução Pernambucana, que tornou Pernambuco independente de Portugal por 70 dias.

O arco era vermelho, amarelo e branco, simbolizando o início de uma nova era, de paz, amizade e união. Em 1917, passou a ser vermelho, amarelo e verde, e simboliza a união de todos os pernambucanos.

Entre os simbolismos da bandeira de Pernambuco há, também, a cruz vermelha, que traz a força da fé e da religião. O fundo branco representa a paz, e o azul é o céu do estado. O arco-íris, referência à união e à diversidade dos que se juntaram em torno de um ideal, fica acima do sol, que representa a força e a justiça. A estrela é Pernambuco entre os estados da federação. 

 

 

(g1)

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