Nova variante no CE: foco deve ser completar reforço vacinal

 FORTALEZA, CE, BRASIL, 31-05.2022: Vacinação de adolecentes contra COVID-19 no Shopping Iguatem...

Onze pessoas residentes no Ceará foram confirmadas com a nova subvariante BQ.1, que descende da Ômicron BA.5. Conforme o epidemiologista Antônio Lima, coordenador de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a tendência é que ela se torne preponderante rapidamente. Neste momento, o principal cuidado a ser tomada é completar o esquema vacinal contra a covid-19.

Dos casos confirmados no Estado, dez são em Fortaleza e um em Eusébio, segundo a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Todos estão sendo acompanhados e apresentam quadros leves. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a variante já circula por 29 países, sobretudo na União Europeia, e provocou a retomada das medidas de isolamento em algumas cidades da China.

Fortaleza vinha em um momento de baixíssima transmissão do vírus. "Os meses de agosto, setembro e outubro tivemos alguns dias sem nenhum caso. Amanhã, faz 90 dias sem óbitos. Estávamos em um momento de muito controle da doença. A gente sempre mencionava que a única forma de ter um novo aumento seria uma nova variante", recupera Antônio Lima.

Ele lembra que a variante ômicron foi a responsável pela terceira onda, entre o fim de 2021 e início de 2022, que ocorreu de forma sincrônica nos estados brasileiros. Embora tenha apresentado alta transmissibilidade, a onda teve baixa letalidade.

Em meados de maio, as subvariantes BA.4 e BA.5 da ômicron causaram a quarta onda, que não impactou nos óbitos. Escape vacinal muito grande, está produzindo casos. O epidemiologista explica que a subvariante apresenta "escape vacinal muito grande". 

A BQ.1 deve se tornar preponderante rapidamente, visto que "chegou em um momento de baixíssima transmissão e, por isso, não está 'competindo' com nenhuma outra". "A impressão é que o número de casos está importante, principalmente na população que utiliza planos de saúde ou compra autoteste, teste de farmácia", diz.

Contudo, não é possível observar aumento no atendimento ainda em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). "Provavelmente terá. Mas não esperamos número de internação nem casos graves maior do que a capacidade", avalia.

Ele orienta que a população acima de 60 anos, com comorbidades e imunodeprimidos usem máscara de proteção em ambientes fechados, incluindo no transporte público. 

Na perspectiva de Antônio Lima, o foco das ações de combate agora deve ser garantir esquema vacinal completo, sobretudo para pessoas dos grupos de risco. "Quem não completou o esquema vacinal, deve fazer agora. Adultos, mas principalmente idosos e crianças. As crianças de 3 a 12 anos estão com 35% de cobertura da segunda dose", alerta.

O Povo

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