Covid-19 vitimou 15,7 mil cearenses em 2021, aponta IBGE

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A pandemia de Covid-19 vitimou 15,7 mil cearenses em 2021, causando uma mudança no padrão de causa de morte. Dado é da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2022 Ceará divulgada nesta sexta-feira, 2, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Conforme o documento, em 2021, os óbitos por doenças infecciosas e parasitárias relacionadas à Covid-19 predominou como causa dos óbitos no Estado. No intervalo entre 2010 e 2019, as principais causas de óbitos eram doenças do aparelho circulatório, neoplasias [tumores] e causas externas.

Essa tendência foi modificada nos anos de 2020 e 2021, com a maior participação das doenças infecciosas e parasitárias. Elas se tornaram o segundo grupo de causas mais importantes em 2020 e o primeiro em 2021.

Na análise do instituto, alteração na mudança do perfil das causas dos óbitos foi um efeito da pandemia de Covid-19. "Em 2019, período pré-pandemia, as doenças do aparelho circulatório lideravam as causas, seguida pelas neoplasias".

Aumento nos óbitos

O instituto detalha que, em 2010, ocorreram 43,8 mil de óbitos no Ceará e, em 2021, 73,6 mil. Aumento apresenta variação de 67,8%. A taxa de mortalidade (obtida pelo número de óbitos dividida pela população) aumentou 56,6% entre os dois anos. Taxa passou de 5,1 para 8,0 a cada 1000 habitantes.

"O crescimento médio anual dos óbitos nos doze anos compreendidos no período foi de 5,0%. Analisando-se o período anterior à pandemia de Covid-19 (2010 a 2019), o crescimento médio anual foi de 3,0%", analisa a SIS. Em 2020, houve aumento de 22,9% de óbitos em relação à 2019. Em 2021, o aumento de mortes foi de 5,8% em relação ao ano anterior.

Segundo a epidemiologista Caroline Gurgel, professora do Departamento de Saúde Comunitária da Universidade Federal do Ceará (UFC), "não há dúvidas que a covid veio reescrever a nossa transição epidemiologica das doenças". 

Para ela, o acréscimo no número de mortes é "chocante". "Chegamos a estagnar como população", alerta, sobre o número de óbitos ter superado o número de nascimentos. 

A expectativa, contudo, com a vacinação é que a mortalidade venha a reduzir. "Podemos sentir uma diferença da época em que vacina não existia (2020), começou a ser aplicada (2021) e em 2022 com boa parte pelo menos com duas doses", compara Caroline Gurgel.

"No entanto, para 'batermos o martelo' para afirmar que a vacina, qualquer uma, reduziu um indicador é cerca de 5 a 10 anos. Então, só em 2025 teremos uma resposta mais robusta", pondera.

O Povo

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