“Preparado para matar ou morrer”, diz bolsonarista que armou bomba perto do Aeroporto de Brasília

George Washington, homem preso com arsenal que pretendia fazer atentado na posse de Lula - Metrópoles
Foto divulgação

 

O bolsonarista George Washignton de Oliveira Sousa, 54 anos, que planejava cometer atentados em Brasília, disse em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que estava “preparado para matar ou para morrer”.

O empresário foi preso com arsenal composto por armas e explosivos, na noite de sábado (24/12), véspera de Natal. Em depoimento, ele disse que veio para a capital federal “preparado para guerra” e que aguardava uma “convocação do Exército”, pois era um “defensor da liberdade”.

Nesse domingo (25/12), o Metrópoles revelou que um colega de George Washington afirmou em um grupo de WhatsApp sobre as intenções do empresário ao viajar para Brasília, em novembro, e que o investigado estava “preparado para guerra”.

Nas gravações às quais a reportagem teve acesso, o colega do suspeito contou que George Washington era bolsonarista e que o empresário frequentava o acampamento montado por apoiadores do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), em frente ao Quartel-General do Exército no Distrito Federal.

O integrante do grupo confirmou que o empresário mora em Xinguara (PA), onde tem um posto de combustíveis. “Ele foi [para Brasília] preparado pra guerra. […] Se alguém viesse invadir, ele ia meter a bala, que ele é o bichão. Ele é doidão”, afirma o colega de George Washington.

“Eu conheço ele, conheço o filho dele […]. Esse monte de arma aí, ele levou para defender [a] nós. […] É um homem, homem direito, gente boa”.

Quartel-general

Em conversas entre bolsonaristas pelo WhatsApp e na concentração em frente ao QG do Exército em Brasília, houve questionamentos sobre a efetiva presença de George Washington no local. Na concentração, um dos acampados cobrou que os demais fiquem de olho em possíveis infiltrados.

“Se entrou no movimento patriótico para causar o terror, tem que ter disposição para entrar na porrada. Se vocês encontrarem alguém que achem ser infiltrado, não fica denunciando o cara, não. Procura nas redes sociais, porque vocês vão saber quem é a pessoa. Mas a gente está de olho”, alertou o bolsonarista.

Imagens compartilhadas por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) no WhatsApp mostram que George Washington circulava pelo acampamento. No entanto, ele estava temporariamente em um apartamento alugado, no bairro do Sudoeste.

Neste domingo (25/12), em um palco improvisado, diversos bolsonaristas discursaram sobre esse tema e outros, no acampamento. À tarde, um apoiador do atual presidente motivou os demais a permanecerem no local. “Temos de resistir aqui o quanto der. Se não fosse para estarmos aqui, tenho certeza de que [Jair] Bolsonaro viria, falaria para irmos embora e que não tinha mais o que pudesse ser feito”.

Derrubar o comunismo

George afirmou à PCDF que “pegou em armas para derrubar o comunismo”. Em depoimento, ele também declarou que tinha intenção de distribuir armamentos para grupos acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília.

“A minha ida a Brasília tinha como propósito participar dos protestos que ocorriam em frente ao QG do Exército e aguardar o acionamento das Forças Armadas para pegar em armas e derrubar o comunismo. A minha ideia era repassar parte das minhas armas e munições a outros CACs [caçadores, atiradores e colecionadores] que estavam acampados no QG do Exército assim que fosse autorizado pelas Forças Armadas”, alegou, em depoimento à Polícia Civil.

George Washington foi preso na noite de sábado (24/12), horas após as forças de segurança do DF recolherem um explosivo nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília.

O empresário afirmou ter gastado cerca de R$ 160 mil em armas e R$ 600 em dinamite antes de sair de Xinguara (PA) para a capital federal, onde participava de atos em frente ao QG do Exército desde 12 de novembro.

O bolsonarista viajou do Pará para Brasília em uma caminhonete, transportando duas escopetas de calibre 12; dois revólveres calibre 357; três pistolas; um fuzil calibre 308; mais de mil balas de diversos calibres e cinco bananas de dinamite.

Em Brasília, inicialmente ficou hospedado no Setor Hoteleiro Sul (SHS). Depois, alugou dois apartamentos no bairro do Sudoeste.

 

 

 (Metrópoles)

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