Soldado da Polícia Militar do Ceará é preso novamente por fingir ser médico

Falso médico publicava fotografias dos plantões médicos em uma rede social
Foto: Reprodução

 

O soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE), Khlisto Sanderson Ibiapino de Albuquerque, 34, foi preso novamente após ser flagrado em exercício ilegal da Medicina, nessa quinta-feira, 15, no Rio Grande do Norte (RN). Ele já havia sido preso no Ceará, em julho, quando fingia ser médico no Hospital Municipal de Paraipaba. Khlisto também responde por outros dois crimes no RN, por violência doméstica e estelionato.

Junto de Khlisto, outro falso médico se dizia formado pela Universidade Autônoma San Sebastián (UASS), no Paraguai, mas afirmava não possuir o registro no cadastro no Conselho Regional de Medina (CRM). O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) apura o envolvimento de secretários municipais de Saúde nos crimes.

A investigação deflagrada tinha o objetivo de combater o exercício ilegal da Medicina em cidades do interior do Rio Grande do Norte. Um médico e dois falsos médicos são investigados por falsidade ideológica e associação criminosa. 

Nomeada de operação Curandeiros, a ação cumpriu sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Upanema, Paraú, Campo Grande, Mossoró, Parnamirim e Triunfo Potiguar.

A ação foi realizada em conjunto com o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) e a Polícia Militar. Ao todo, seis promotores de Justiça, 16 servidores do MPRN e 28 policiais militares participaram da ação. 

Dois dos investigados foram presos em flagrante. Um estava de posse de uma arma de fogo e munições. O outro portava documento falso. Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos documentos, celulares e vários receituários médicos em branco já assinados. O MPRN apura se há envolvimento de outras pessoas no esquema e se o grupo agia em outras cidades.

Denúncia deu início à investigação

A investigação foi iniciada por uma denúncia de exercício irregular da Medicina no Centro de Saúde Tibúrcio da Silveira Freire, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde de Ipanguaçu. Pelo que foi apurado pelo MPRN, dois falsos médicos vinham exercendo de forma ilegal a função de médicos na unidade.

Os homens, além do exercício ilegal da Medicina, falseavam informações dos documentos médicos que preenchiam e forneciam aos pacientes, utilizando o carimbo do médico legalmente contratado pelo Município e falsificando a assinatura. O médico estava plenamente integrado a esse esquema.

Para o MPRN, a investigação comprovou "um sistemático e reiterado exercício ilegal da Medicina pelos falsos médicos, com consequências gravíssimas para o funcionamento da saúde pública, atingindo a população menos abastada, que dela depende quase inteiramente para assegurar sua higidez, além de macular a própria credibilidade do Poder Público perante a sociedade", diz o MPRN por meio de nota publicado no site do órgão.

A Justiça potiguar suspendeu o exercício de função pública do médico com afastamento das atividades, sem remuneração, nas Prefeituras de Ipanguaçu, Triunfo Potiguar, Caraúbas, Janduís, Pedro Avelino, Angicos, Porto do Mangue, Fernando Pedrosa e eventuais outros Municípios onde ele tenha contrato.

Ele e os dois falsos médicos irão usar tornozeleiras eletrônicas, não podendo sair das cidades onde residem e tendo que ficar recolhidos em casa de segunda a sexta, das 17h às 5h, e fins de semanas e feriados integralmente.

 

 

(O Povo)

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