Número de trotes telefônicos para Samu Ceará tem queda, mas ainda preocupa

 Entenda os motivos e as consequências dos trotes telefônicos para serviços de ...

O número de trotes telefônicos para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) apresentou queda de 35% entre os anos de 2021 e 2022. Ao todo, o Samu 192 Ceará recebeu 385.213 ligações no ano passado, sendo que 20.910 foram trotes telefônicos. Além de ser considerado crime previsto por Lei, congestionar linhas telefônicas de serviços de emergência pode adiar o atendimento de saúde a pacientes que precisam de socorro imediato.

No mesmo período de 2021, a central recebeu 343.561 ligações, sendo 39.474 trotes, 11% das chamadas. Uma redução de 13.831 ligações indevidas em relação ao ano seguinte. Mas, afinal, por que as pessoas continuam fazendo trotes telefônicos?

De acordo com o coordenador Médico do Samu 192 Ceará, Breno Novais, o período do ano de maior incidência de ligações fraudulentas são os meses de férias escolares, “caracterizando que são os jovens que estão de férias e que acabam utilizando esse tempo de mais ócio para cometer essas infrações”.

“Geralmente eles ocorrem com maior frequência no final da tarde, que é justamente o horário de pico de ligações na nossa Central de Urgência, o que acaba deixando a nossa linha telefônica ocupada. Quem realmente está esperando por um chamado de emergência, fica no aguardo enquanto essas ligações fraudulentas estão acontecendo”, diz.

Trotes telefônicos: quais são os principais motivos?

Segundo o coordenador Médico do Samu 192 Ceará, Breno Novais, o motivo aparente desses trotes telefônicos é a chacota. Também costumam acontecer por conta de brincadeiras envolvendo o uso de bebidas alcoólicas.

“No Samu 192 Ceará estamos tentando contornar essa situação com trotes telefônicos fazendo projetos de conscientização, com divulgação na mídia, mostrando o impacto assistencial que esses trotes podem ocasionar e a falta de emergência necessária para alguém que está precisando”, afirma Breno.

Ele explica que o Samu conta com parceria da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) para tentar identificar e punir esses infratores, bem como treinamentos e tecnologias utilizadas pelas equipes que atendem às chamadas.

Passar trotes telefônicos para serviços de emergência é um crime previsto pelo Código Penal Brasileiro e pode levar à pena de detenção de um mês a seis meses ou multa, conforme o coordenador.

“Pode ser alguém que está em um acidente de moto na rua, que está infartando ou tendo um AVC, que vai ter o atendimento prolongado por conta de uma pessoa que está passando trote e ocupando a linha telefônica da Central de Urgência. Às vezes, ocupando até uma ambulância chegando para atender a uma ocorrência que não existe”, conclui o coordenador.

 

 

(O Povo)

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