Denúncias relacionadas à importunação sexual aumentam 158% em janeiro de 2023

 


Uma mulher caminhava pela rua quando um motociclista se aproximou e apalpou o corpo dela e caiu. "Não tive reação nenhuma, só gritei, no momento eu gritei com ele, falei que era um absurdo e subi para minha casa".

Uma adolescente de 17 anos também foi vítima enquanto aguardava o ônibus. O homem, que estava de bicicleta, passou a mão no corpo dela e fugiu. “Eu não sabia o que eu fazia, se eu gritava, se eu corria, se eu ia atrás”.

Nos dois casos, as vítimas registraram boletim de ocorrência, e a polícia abriu investigação.

O número de denúncias no país, relacionadas a importunação sexual, aumentou 158% em janeiro deste ano, na comparação com janeiro do ano passado.

Desde que importunação sexual virou crime em 2018, a quantidade de processos também cresceu, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça. A pena pode chegar a 5 anos de prisão.

Mas o número de casos pode ser ainda maior. A polícia acredita que muitas vítimas se sentem constrangidas ou têm receio de procurar a delegacia, e reforça que denunciar o crime pode encorajar outras mulheres a tomar a mesma atitude.

"No dia seguinte, esse agressor pode fazer novamente com outra mulher, pode ser uma adolescente, pode ser uma criança, então pode acontecer desse mesmo agressor repetir suas condutas com várias mulheres e não ser tomada nenhuma providência porque coincidentemente estas mulheres acharam melhor não fazer a denúncia", explica Emanuele Siqueia, delegada adjunta da Delegacia da Mulher de Curitiba.

Um motociclista tocou no corpo de uma mulher durante uma atividade física. A vítima denunciou e o homem foi identificado. Depois, outras cinco mulheres procuraram a polícia relatando ações semelhantes.

“A gente tem voz, que fique claro. As mulheres precisam falar, precisam ir atrás dos direitos, a gente não pode deixar impune”, afirma uma das vítimas.

G1 

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