Ceará não registra estiagem pela 1ª vez desde a criação do Monitor de Secas

 Região do Sertão Central, onde se localiza o açude Banabuiú (Arrojado...

O quadro positivo de precipitação durante o início da quadra chuvosa no Ceará fez com que a intensidade da "seca fraca" deixasse po Estado, indicando ausência de impactos de estiagem no curto e longo prazos. É o que aponta o mapa mais recente do Monitor de Secas do Brasil.

Segundo o Monitor, o cenário é o mais positivo desde a 2014, ano em que a ferramenta foi implementada pela Agência Nacional de Águas (ANA), pelo Ministério da Integração Nacional (MI) e pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), além das secretarias de recursos hídricos e órgãos vinculados de todos os estados do Nordeste.

Os dados mostram que, em fevereiro deste ano, o Ceará apresentava 4,81% do seu território classificado com seca fraca, o que indicava impactos de longo prazo no Estado, como diminuição do plantio, crescimento de culturas ou pastagem, além de alguns déficits hídricos prolongados.

Já no mapa mais recente, publicado no último dia 19 de abril, o Monitor indica que o Ceará não apresenta qualquer território em seca relativa. Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) — que municia a ferramenta com os dados estaduais e organiza periodicamente as métricas das demais unidades federativas —, o cenário positivo se dá, principalmente, com as chuvas mais expressivas dos últimos meses.

Em março, por exemplo, foi observado um volume de chuva de 300 milímetros no Estado, o maior desde 2008. Esta tendência da redução na seca relativa já vem sendo observada desde o mês de outubro do ano passado.

O Monitor de Secas foi criado em agosto de 2014, quando o Ceará enfrentava o terceiro ano daquela que viria a ser a mais longa estiagem da história do Estado. Atualmente, a ferramenta conta com dados de 24 unidades federativas. O projeto foi iniciado como Monitor de Secas do Nordeste, sendo gradualmente ampliado. Apenas Amapá, Roraima e Pará ainda não compartilham dados.

No Brasil, os piores cenários são na Região Sul, que enfrenta falta de chuvas. No oeste do Rio Grande do Sul, há cenário de "seca extrema". A totalidade do território gaúcho está em cenário de estiagem, que varia entre fraca e extrema. "No Rio Grande do Sul, devido às anomalias negativas de precipitação, houve o avanço da seca moderada (S1) no norte do estado. Os impactos são de curto e longo prazo (CL) no oeste e de curto prazo (C) no restante do estado", diz a ferramenta.

Há ainda trechos de seca grave em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Amazonas e Acre.

Nenhuma região está em quadro de "seca excepcional", algo que o Ceará enfrentou em alguns anos entre 2014 e 2017.

 

O Povo

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