Voçoroca é o fenômeno provocado pelo acúmulo de água da chuva em solos sem cobertura vegetal. O solo fica encharcado e cede formando crateras.
Nesta semana, houve deslizamento de barreira. A voçoroca engoliu uma casa. E uma outra, ficou pendurada.
A dona de casa Maria do Socorro Rodrigues conta que estava em casa, quando ouviu o barulho. “Eu estava na porta da minha casa, aí eu ouvi o barulho e a casa caiu no buraco, e as pessoas saíram de casa para fora”, relata.
A aposentada Maria Elza da Silva Rodrigues já fez a mudança de cerca de 100 famílias que precisaram deixar suas casas, só este ano.
“Tem dia que eu estou em casa, aí o telefone liga, fala: ‘Maria, valei-me, me socorre que eu estou caindo dentro do buraco’. Aí lá vai eu buscar a mudança da pessoa”, conta.
São 26 crateras gigantes que se espalham em todas as direções. O município está em situação de calamidade pública.
Há duas semanas, um policial aposentado caiu com carro dentro de uma voçoroca. O homem sofreu múltiplas fraturas e foi transferido para um hospital em São Luís. Por enquanto, as áreas foram interditadas e sinalizadas.
“Nós orientamos a população que não se aproxime e que respeite o isolamento que está sendo colocado”, orienta o comandante do Batalhão de Busca e Salvamento, Wenzel Souza Nicácio.
A Defesa Civil municipal diz que, atualmente, já mapeou 330 casas que estão em um raio de 50 metros das crateras. Dessas, 99 são consideradas de alto risco para desabamento. Mas esse número pode ser bem maior, porque segundo os moradores, muitas casas, que estão à beira das crateras, não foram mapeadas.
“Como vocês estão vendo, nós estamos à beira de um precipício, e geralmente quando chove eu e meu esposo não dormimos aqui, vamos para casa da minha sogra”, conta a lavradora Analex Nascimento Silva.
Com base no mapeamento, a prefeitura abriu o edital de auxílio-moradia, no valor de R$ 500, para 100 famílias. Trinta e oito famílias recebem aluguel social. Algumas estão com pagamento atrasado há mais de mês. É o caso da lavradora Marisa Cardoso Freire, grávida de seis meses.
“O rapaz me cobrou, e eu não tenho condições de pagar, porque eu saí da minha casa, na condição que eu estou”, conta Marisa.
Técnicos da Defesa Civil coordenam o trabalho de apoio às famílias.
G1