Quadrilha do 'golpe do boleto' roubou R$ 4 milhões em um ano

 Dois dos envolvidos na quadrilha sendo presos — Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu na sexta-feira (12), em São Paulo, três pessoas suspeitas de aplicar o golpe.

A quadrilha conseguiu os dados dos usuários de um plano de saúde, entrava em contato com eles e emitia falsos boletos para que as pessoas pagassem pelos serviços.

Os usuários, que de fato recebiam serviços da empresa de saúde, acreditavam que estavam pagando à empresa, mas ao pagar pelo boleto falso, enviado pelos criminosos, mandavam dinheiro para a conta dos estelionatários.

O dinheiro era usado para bancar viagens de luxo de Marcos José Valentim de Almeida e Bárbara Rodrigues de Oliveira. Eles foram preso em um apartamento em São Paulo, e contavam com a ajuda de Danille de Almeida - também presa.

Segundo as investigações, Bárbara Rodrigues de Oliveira, Danielle de Almeida e Marcos José Valentim de Almeida abriram uma empresa com dados muito semelhantes à da Sul América Saúde e passaram a enganar clientes com falsos boletos de planos de saúde e de seguro de vida. Uma vítima chegou a “pagar” R$ 69 mil.

A polícia afirma que os estelionatários ostentavam uma vida de luxo nas redes sociais com o dinheiro do esquema, passeando e gastando em Roma, Cancún, Ibiza, Barcelona e Paris — onde alugaram uma Ferrari.

Os investigadores dizem que a companhia-clone da Sul América foi aberta no nome de Danielle e tinha registro na Junta Comercial de São Paulo.

A empresa dos golpistas, que tinha uma central de atendimento, atendia por aplicativos de mensagens e pela internet como se fosse a verdadeira Sul América. Quando um cliente precisava emitir a segunda via do boleto, recebia o documento muito parecido com o original, mas com dados que faziam o dinheiro ir para as contas da quadrilha.

As investigações apontam que os golpistas pagaram para impulsionar o link falso, para ser o primeiro endereço a aparecer em um site de busca, quando digitado.

“Eles investiram dinheiro pesado para conseguir impulsionar esse link. A partir disso, conseguiam que os clientes que fossem buscar a segunda via do boleto chegassem até eles”, afirmou o delegado Ângelo Lages.

Os três vão responder por estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A polícia disse que vai investigar agora como os golpistas tiveram acesso ao banco de dados da seguradora.

O que dizem os envolvidos

Marcos José Valentim de Almeida e Bárbara Rodrigues de Oliveira disseram à polícia que só vão se manifestar à Justiça.

Danielle dos Santos disse que emprestou o nome para abrir a empresa porque acreditava se tratar de um negócio legal.

A Junta Comercial de São Paulo informou que a empresa está com as atividades suspensas desde janeiro, e que é um órgão registrador, e não fiscalizador. 

G1

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