Febre maculosa: projeto que estuda castração de capivaras pode ser usado em parques de Campinas

 As capivaras são infectadas pela febre maculosa apenas uma vez na vida e não apresentam sintomas, resistem bem à infecção. — Foto: Tomaz Nascimento de Melo

A relação entre a capivara, o carrapato e a Rickettsia rickettsii, bactéria causadora da febre maculosa, é como um ciclo. Ao ser picada por um carrapato contaminado, a capivara pega a doença e inicia um período de infecção.

A capivara não manifesta sintomas, mas o período é suficiente para que seja picada por carrapatos não contaminados que, por sua vez, contraem a bactéria e podem levá-la para outros animais.

A boa notícia é que cada capivara só participa desse processo uma única vez e é por isso que a castração pode ser uma alternativa. O procedimento impediria o nascimento de filhotes que, por não serem imunes, perpetuam a bactéria.

“Nós fizemos um estudo em um passado recente para vasectomizar as capivaras machos e fez as laqueaduras das fêmeas. Depois, voltamos a soltar os animais no parque para que defendessem o espaço e evitassem a chegada de novos animais. No ambiente você controla o nascimento. Eventualmente, se nasce algum filhote, você já pega, castra e solta novamente. Isso vai diminuindo”.

Paulo explica que é normal que essa espécie migre entre regiões. Por isso, capivaras de outros territórios poderiam entrar nas áreas onde há exemplares castrados. Nesse caso, exigiria um monitoramento rigoroso para perceber a chegada e realizar novas castrações.

Mesmo assim, a chegada desses bichos não se compararia ao nascimento descontrolado que já ocorre, defende o pesquisador. 

G1

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