Carro de empresária estava a 101 km/h em acidente que matou economista no Ceará, diz laudo

 Economista morreu em acidente em Fortaleza, e laudo aponta que carro de empresária estava em alta velocidade — Foto: TV Verdes Mares/Reprodução

 

O carro da empresária envolvida no acidente que resultou na morte de um economista em Fortaleza na madrugada do dia 30 de julho tinha velocidade estimada de 101 quilômetros por hora, segundo laudo da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce). A família da vítima pede que a empresária seja responsabilizada pela morte do economista.  

O acidente aconteceu no cruzamento da Avenida Rui Barbosa com a Rua João Carvalho, no bairro Aldeota. O economista Cláudio Henrique Pereira D'Alencar, de 46 anos, estava acompanhado de uma amiga universitária, de 31 anos. Cláudio morreu no local, e a amiga foi hospitalizada.

O carro de Cláudio havia ultrapassado o sinal vermelho no cruzamento. Segundo o laudo pericial, ele vinha em velocidade média de 23,65 quilômetros por hora. O veículo da empresária Hermelinda Raquel Rebouças da Silva, de 41 anos, teve velocidade média estimada em 101,36 quilômetros por hora.

Segundo o advogado de defesa da empresária, João Victor Duarte, o laudo pericial não é conclusivo.

"É importante destacar que o laudo da Pefoce não atesta com 100% de confiança a velocidade desenvolvida pelos veículos no dia do acidente. Ao contrário disso, o laudo pericial contempla considerável margem de erro no tocante às velocidades desenvolvidas", afirmou o advogado.

O documento da Pefoce fez a análise das imagens do acidente encaminhadas pela Polícia Civil, com duas câmeras de segurança de estabelecimentos próximos e imagens do monitoramento da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (CIOPS).

No laudo, é apresentado o índice de 95% de confiança dos resultados. A margem de erro é de 2,84 quilômetros para mais ou para menos quanto à velocidade do veículo Jeep, utilizado pela empresária. Para a velocidade do Voyage, conduzido pelo economista, a margem de erro é de 0,61 quilômetro. 

 

Economista Cláudio Henrique Pereira D'Alencar, de 46 anos, morreu após batida com carro de empresária em Fortaleza. — Foto: Arquivo pessoal
Economista Cláudio Henrique Pereira D'Alencar, de 46 anos, morreu após batida com carro de empresária em Fortaleza. — Foto: Arquivo pessoal


A advogada Erin Pamplona, assistente de acusação representando a família do economista, afirma que o laudo derruba a tese da defesa da empresária.

"Nós estamos falando de vias urbanas, onde todas as velocidades dentro de Fortaleza estão dentro de uma margem de 50 quilômetros por hora. E a margem da empresária foi de 101 quilômetros por hora, isso por volta de 5 horas da manhã", comentou a advogada em entrevista à TV Verdes Mares.

Por um lado, a defesa da empresária segue argumentando que o economista foi o causador do acidente por ter ultrapassado o sinal vermelho. Segundo João Victor Duarte, não há relativização desta norma na legislação de trânsito brasileira em qualquer horário do dia.

A assistente de acusação, por sua vez, aponta que a baixa velocidade do carro de Cláudio seguia o que está previsto em resolução da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), em Fortaleza, afirmando que o condutor pode atravessar em velocidade reduzida na madrugada.

Empresária presa e liberada em seguida

Após o acidente, a empresária Hermelinda Raquel foi presa, autuada em flagrante por embriaguez ao volante e liberada em seguida ao pagar fiança de R$ 2 mil. Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a condutora apresentou resultado positivo para o teste de bafômetro.

Segundo a assistente de acusação, Erin Pamplona, a família do economista seguirá acompanhando o inquérito sobre o caso, que é conduzido pela Delegacia do 2º Distrito da Polícia Civil. Conforme a advogada, a intenção é responsabilizar a empresária por entender que ela cometeu um crime ao conduzir o carro em velocidade muito acima da permitida. 

 

 

 

 (G1/CE)

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