Mãe denuncia que filhas com autismo foram abusadas por funcionário em escola pública

Mãe denuncia que irmãs de 11 anos, com transtorno do espectro autista, foram abusadas sexualmente por funcionário em escola municipal de Fortaleza. — Foto: Darley Melo/ SVM
Foto: Darley Melo/ SVM

 

 

 Uma mulher que terá a identidade preservada afirma que as duas filhas de 11 anos, com transtorno do espectro autista, foram abusadas sexualmente por um funcionário na Escola Municipal Gabriel Cavalcante, no Bairro Presidente Kennedy, em Fortaleza.

A mãe das vítimas registrou um boletim de ocorrência no dia 14 de maio, após uma das crianças relatar o ocorrido, que teria sido cometido por um funcionário que também atuava como professor.

"Uma delas, na hora de dormir, veio chorando e falou: ‘mamãe me desculpa, a culpa não foi minha, eu não queria que isso acontecesse, me perdoa’. Eu comecei a ficar desesperada. Aí ela contou que o ‘homem da escola’ ofereceu doce para ela e para a irmã, chamou elas para o banheiro, passou o órgão nelas, fez sexo oral, beijou na boca delas, entre outras coisas", disse a mãe das crianças.

Ainda segundo a mãe, o docente teria cometido atos libidinosos com as meninas mais de uma vez e também teria ameaçado as garotas, para que elas não contassem a ninguém.

"Ela [filha] disse que ele já vinha aliciando elas, colocava elas no colo dele, falava coisas pornográficas, dizia que ela não poderiam falar para a 'mamãe'. [...] Ele ameaçou elas com uma faca, que se contassem para alguém ele ia cortar a língua delas, os dedos das mãos, os dedos dos pés e iria matar as duas", afirmou a mulher.

Antes de ficar sabendo do caso, a mulher já tinha percebido a mudança no comportamento das filhas, porém as duas não falavam o que estava acontecendo.

"Entre março e abril as duas começaram a mudar o comportamento. Uma delas ficou pior e começou a ter febre e dor de cabeça sempre que chegava da escola. A gente perguntava o que tinha acontecido, mas ela não queria falar, ficava agressiva. Eu levava no posto e não tinha nada. Isso se repetiu por vários dias, sempre quando chegava da escola e comecei a achar estranho. [...] Depois elas passaram a se isolar, pararam de comer, não queriam mais brincar, não queriam mais assistir e ficavam se escondendo dentro de casa", relatou a mulher.

Crise e afastamento da escola

As crises chegaram a tal ponto que a família afastou as duas garotas da escola para tratá-las. Após as vítimas relatarem os abusos, elas foram encaminhadas ao Hospital Infantil Albert Sabin, onde foram medicadas contra doenças sexualmente transmissíveis.

A Secretaria Municipal de Educação informou que acompanha, com a família das crianças, todos os encaminhamentos dados diante da grave denúncia, que chegou à escola no dia 20 de maio.

"Logo que a família trouxe a denúncia à escola, foi acionada a Comissão de Proteção e Prevenção à Violência Contra a Criança e o Adolescente, existente em todas as unidades municipais de educação de Fortaleza. Escutas qualificadas estão sendo realizadas junto aos agentes da Célula de Mediação Social e Cultura de Paz da SME. Esta medida tem como objetivo o acolhimento das crianças e seus familiares, bem como orientá-los", disse a Secretaria.

O órgão também repudiou "quaisquer atos que infrinjam o direito da criança e do adolescente".

"Foram acionados os órgãos competentes: Conselho Tutelar, Rede Aquarela, Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente e Guarda Municipal", afirmou a SME.

Já A Polícia Civil, disse que a Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca) investiga um possível caso de estupro de vulnerável, contra duas crianças de 11 anos.

 
 
 
 
(G1/CE)
 

 

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