Imagens fortes: vítima teve seio mutilado por "cirurgião das estrelas"

 Peito necrosado

 

 

Às voltas com condenações nas esferas criminal e cível, o cirurgião plástico Wilian Pires, 37 anos, vê novas acusações de supostos erros médicos se acumularem. Desta vez, uma mulher de 44 anos acusa o “cirurgião das estrelas” de mutilar um de seus seios após uma intervenção para a implantação de próteses de silicone.

A vítima, de 44 anos, que prefere não se identificar, perdeu a mama após sofrer necrose e passar meses sendo convencida pelo médico de que a situação grave era “normal”.

A intérprete judicial precisou passar por intervenções cirúrgicas de emergência nos Estados Unidos (EUA) por causa de buracos no seio e secreções que escorriam por eles. Caso a infecção caísse na corrente sanguínea, a mulher não teria sobrevivido.

A interprete contou que viajou dos EUA até Goiânia, em 2020, para se consultar com Pires e fazer a cirurgia plástica. Desde os primeiros dias do pós-cirúrgico, a paciente notou que havia algo errado com a aparência de um dos seios.

Apesar da quantidade enorme de medicamentos receitados pelo cirurgião, a paciente seguia sentindo calafrios e tendo muita febre. Os sintomas permaneceram por longos três anos.

“Peguei uma infecção no hospital onde o Wilian Pires me operou e só Deus explica como não morri, pois lutei contra essa infecção até a Páscoa de 2023, quando retirei as próteses. Cheguei a trocar as próteses com esse cirurgião uma segunda vez antes de a situação ficar pior. Mas não houve solução”, desabafou.

Mesmo com todos os sintomas graves, o médico receitou ozônio e sessões em câmara hiperbárica. “Ele só visava dinheiro e paguei do meu bolso todos os tratamentos que se seguiram após o fracasso da cirurgia. Depois que fui perceber que a clínica onde fazia a sessão na câmara hiperbárica era de um amigo dele”, revelou.

Em estado grave após retornar aos Estados Unidos, a mulher se submeteu a uma cirurgia de emergência para retirar as próteses, mas ficou com marcas profundas e teve que remover, completamente, a mama que estava infeccionada. Logo depois, a interprete procurou se recuperar e começar um longo caminho até a operação para a reconstrução da mama.

Em determinado momento, a paciente começou a escutar do médico que ela estaria “fazendo drama” e “reclamava demais” sobre o procedimento estético. “Em razão de tudo que passei parei de comprar sutiãs, porque não via mais sentido. Tive a minha auto estima jogada na lama e precisei passar por longos tratamentos psicológicos para lidar com toda a situação”, relatou.

A mulher desabafou que não consegue mais ver fotos antigas que mostram como era o seu corpo antes de passar pelas mãos do médico Wilian Pires. “Não consigo olhar as imagens. Fiquei com cicatrizes horrorosas e meu psicológico ficou extremamente abalado. Não posso mais usar qualquer tipo de roupa”, disse.

“Comecei a faculdade no Tocantins, depois consegui transferência para Brasília e por lá fiquei em torno de 10 anos até me tornar cirurgião plástico. Fiz e continuo correndo atrás de cursos no Brasil e fora do país a fim de aprimorar as técnicas da cirurgia plástica, trazer, de todos os cantos do mundo, o que temos de melhor na área e na experiência do paciente, para nossas estrelas”, diz ele nas redes sociais.

Entre as celebridades atendidas pelo médico, estão a ex-BBB Paula Freitas e a influencer Paula Carolyne.

Condenação

No último dia 27, Wilian foi condenado a dois anos de prisão e 10 dias-multa, calculados em cima de um trigésimo do salário mínimo vigente à época dos crimes, segundo decisão a qual o Metrópoles teve acesso. Ao médico, contudo, foi ofertada pena restritiva de direitos no lugar da pena restritiva de liberdade. Além disso, ele poderá recorrer ao processo em liberdade.

“O denunciado foi condenado pela prática de associação criminosa e estelionato. As penas de reclusão devem ser somadas na forma do artigo 69 do Código Penal. Assim, procedo à cumulação das penas, resultando a pena, definitivamente, em dois anos de reclusão e 10 dias-multa, calculados à razão de 1/30 do salário mínimo vigente à época do fato”, disse o juiz responsável pelo caso.

 

(Metrópoles)

 

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