Ex-assessor de deputado e ex-funcionário da Prefeitura de São Luís são alvos de operação para descobrir origem de R$ 1 milhão em carro

Dinheiro encontrado dentro do porta-malas de um carro em São Luís — Foto: Divulgação
Dinheiro encontrado dentro do porta-malas de um carro em São Luís — Foto: Divulgação

 

 

A polícia esteve em um apartamento localizado no bairro Parque Shalom, onde mora Guilherme Ferreira, que era quem dirigia veículo e o deixou abandonado por 15 dias no bairro Renascença, até que moradores estranharam e chamaram a polícia.

Polícia cumpre mandado de busca e apreensão em caso do carro com mais de R$ 1 milhão

Nos dois locais, a Polícia Civil apreendeu documentos e celulares, para serem analisados. O objetivo é entender qual é a origem do dinheiro e qual o caminho que ele percorreu até que fosse encontrado nas malas do veículo.

Segundo as investigações, o apartamento está registrado no nome de Guilherme, mas já pertenceu ao pai do atual prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), o ex-deputado estadual Carlos Braide. A polícia quer saber como aconteceu essa transferência, se foi vendido ou apenas repassado.

Guilherme também é ex-assessor especial da Secretaria Municipal de Governo, cargo que ocupou até 2023, na gestão de Braide. Além disso, Guilherme foi assessor técnico do deputado estadual Fernando Braide, irmão de Eduardo.

Além de Guilherme, a polícia cumpriu mandados na residência de Carlos Augusto Diniz da Costa, que disse à polícia, no dia da apreensão do valor, ser o dono do veículo vermelho. Ele era funcionário comissionado da Secretaria Municipal de Informação e Tecnologia (Semit) e foi exonerado logo após a repercussão do caso. No entanto, o carro não está registrado no nome dele, segundo a polícia.

Carro deixado em frente a condomínio

Outra investigação é para descobrir porque o veículo foi deixado em frente ao condomínio na Rua das Andirobas, no bairro Renascença. A polícia descobriu que o carro foi colocado quase em frente a casa Nº 20, que tem como registro a 'Café e Cia'.

Segundo a polícia, apesar do nome fantasia parecer uma cafeteria, a empresa é de serviços hospitalares e pertence a Clarice Sereno Loiola Braide, cunhada de Eduardo Braide e esposa de Antonio Braide, irmão do prefeito.

O que dizem os citados

Carlos Augusto enviou uma nota e disse que está colaborando com as investigações. Já Guilherme e a Prefeitura de São Luís, assim como o prefeito Eduardo Braide, não se manifestaram.

Confira, abaixo, a sequência dos acontecimentos deste caso:

16 de julho

Nesse dia, câmeras de segurança de um condomínio próximo onde o carro foi abandonado registraram o momento em que o veículo, modelo Clio de cor vermelha, dirigido por Guilherme Ferreira Teixeira, chega à Rua das Andirobas, no bairro Renascença.

Após o carro ser deixado, outro veículo de cor preta para bem ao lado do Clio e o motorista desce sem muita pressa e entra no carro preto. O motorista é Guilherme Ferreira, segundo a polícia.

30 de julho

Um porteiro do condomínio, desconfiado com o veículo parado há 15 dias em frente ao prédio, percebeu que havia dinheiro no porta-malas, acionou a síndica, que chamou à Polícia Militar do Maranhão, segundo o delegado Augusto Barros (veja vídeo abaixo).

Quando a polícia chegou no local, confirmou que se tratava de grandes quantidades de dinheiro físico armazenado dentro do porta-malas do carro, organizados em maços de R$ 50, 100 e 200. O dinheiro foi armazenado pela polícia em três sacos grandes, que foram levados para a sede da SEIC para iniciar as investigações.

Até então, não se sabia do valor exato do dinheiro.

31 de julho

No mesmo dia, Carlos Augusto Diniz da Costa, que disse à polícia, no dia da apreensão do valor, ser o dono do veículo, foi exonerado do cargo que exercia na Prefeitura de São Luís. Ele era funcionário comissionado da Secretaria Municipal de Informação e Tecnologia (Semit) e recebia um salário de R$ 3.400.

No entanto, segundo as investigações da Polícia Civil, o carro está registrado no nome de outra pessoa, diferentemente do que alegou Carlos Augusto.

1 de agosto

A conta bancária está sendo administrada pela Justiça. O dinheiro vai permanecer lá até que as investigações sobre a origem dele sejam finalizadas ou o dono do dinheiro seja encontrado.

2 de agosto

Foi confirmado, também, que o carro preto, que deu carona para Guilherme no momento em que ele abandonou o Clio com o dinheiro, está no nome da mãe de Fernando e Eduardo Braide, Antônia Maria Martins Braide, que morreu em outubro de 2010. 

 

(g1)

 

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