A Polícia Civil do Distrito Federal investiga dois padres e um diácono, militares do Exército e da Marinha, por um suposto esquema de corrupção na estrutura da Igreja Católica no âmbito das Forças Armadas. De acordo com a denúncia obtida pela coluna, o suposto esquema envolveria desvio de dinheiro arrecadado por meio de doações, propina na contratação de empresas terceirizadas e superfaturamento na Capelania Militar São Miguel Arcanjo e Santo Expedito, na Asa Norte, em Brasília.
O inquérito foi instaurado após denúncia anônima enviada ao
Ministério Público. “Parte desse dinheiro é dividido entre os religiosos
(padres), sendo utilizado até para fazer programas sexuais com garotos
contratados, realizados dentro do carro nas proximidades da igreja”, diz
trecho do documento que deu origem à apuração da polícia. As
investigações tiveram início em 2022 e ainda estão em andamento.
“O dinheiro arrecadado é depositado em contas de terceiros e parentes de primeiro grau, como irmã, esposa e sobrinho, e uma quantidade é mantida oculta em espécie. Obras inexistentes são feitas, outras superfaturadas, com o recebimento de propina por empresas terceirizadas”, diz outro trecho da denúncia.
Os militares citados na denúncia são o diácono Paulo Fontenele Figueira, do Exército; o padre Marcelo José de Sousa, também do Exército; e o padre Paulo Roberto Moliterno da Costa, da Marinha. Procurados, todos os três negaram ter cometido qualquer irregularidade.
Paulo Fontenele Figueira é diácono permanente e está na reserva. Ele faz parte do Quadro Auxiliar de Oficiais (QAO), formado por militares chegaram ao oficialato após uma carreira como sargentos e subtenentes. Eles podem ascender ao posto de 2º tenente por merecimento e encerrar a carreira como capitães.
Marcelo José de Sousa é chefe do Serviço de Assistência Religiosa do Exército (SAREx) e, também, atual chefe da Capelania Militar São Miguel Arcanjo e Santo Expedito. Ele entrou como aspirante em 1998, mesmo ano no qual foi promovido para segundo tenente. O militar se tornou tenente-coronel em 2017. Ele já foi capelão da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), da 15° Brigada de Infantaria Mecanizada, do Comando Militar do Planalto (CMP) e do Comando Militar do Leste (CML).
Paulo Roberto Moliterno da Costa é capitão de corveta da Marinha e assessorou o Arcebispo Ordinário Militar.
(Metrópoles)