
A aposentada Maria Alice Torres Guimarães, de 83 anos de idade, que estava desaparecida desde o dia 9 de agosto, foi encontrada morta na última quarta-feira, 13, no Eusébio, Região Metropolitana de Fortaleza. O corpo estava carbonizado em uma cova rasa e há sinais de violência sexual.
Em entrevista ao O POVO, uma amiga da família, que pediu para não ser identificada, relatou que dona Alice saiu de casa para procurar o filho, dependente químico, que estava desaparecido há aproximadamente três dias.
A mulher residia no bairro Parque Hawai e foi até a localidade de Mangabeira passar o fim de semana com os filhos, em razão do Dia dos Pais. Ao chegar na residência de uma filha, foi informada que o rapaz, dependente químico, estava desaparecido, o que causou preocupação na idosa.
Conforme o relato obtido pelo O POVO, dona Alice foi até um bar e perguntou pelo filho, mas foi informada que o rapaz não frequentava o local há três dias. As últimas pessoas que viram a mulher, no bar, relataram aos familiares que a idosa foi até a área de mangue próxima ao rio Pacoti, onde possivelmente o rapaz estaria.
A fonte descreveu que a comunidade é dividida em razão da guerra de facções, um lado concentra uma determinada organização criminosa, no outro lado o grupo rival.
Depois que dona Alice desapareceu, familiares, amigos e moradores iniciaram as buscas e publicaram cartazes nas redes sociais no intuito de encontrá-la. Houve procura por parte do Corpo de Bombeiros e de cães farejadores.
O corpo da idosa foi encontrado quatro dias após o desaparecimento, em uma cova rasa, parcialmente coberto por sacos plásticos. A vítima estava com o corpo carbonizado e apresentava sinais de violência sexual. O corpo dela foi achado por cães farejadores.
O crime causou comoção entre moradores, mas também entre pessoas que não conheciam dona Alice. De acordo com uma amiga da família, o corpo, apesar da situação, foi reconhecido por parentes. Todos estão abalados e muitas pessoas preferem não se manifestar pelo medo imposto na comunidade, na guerra de facções.
"A família está abalada. Não é justo isso ter acontecido com ela. Uma senhora que trabalhou a vida toda, cuidou dos filhos dela, uma senhora que andava de muletas, se desse um empurrão nela, ela caía", descreve.
A fonte afirma que as pessoas que moram de um lado não podem atravessar para o outro lado. E que até mesmo os pedidos de Justiça pela idosa são repreendidos pelas facções.
"Não podemos mais aceitar esse tipo de coisa. A gente não pode sair de casa para ir a outro bairro, muita gente está com medo de se manifestar, de pedir Justiça. Eles (criminosos) querem calar o povo", aponta.
Polícia Civil afirma que caso é investigado pela delegacia do Eusébio
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou, por meio de nota, que a Polícia Civil investiga as circunstâncias de um achado de cadáver. "O corpo do sexo feminino, ainda não identificado formalmente, foi localizado na região", informou.
De acordo com o órgão, equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará, Perícia Forense do Estado do Ceará, também atenderam a ocorrência.
O Povo