Crateús de luto com o falecimento do padre Geraldinho

 




Crateús amanheceu em luto nesta quarta-feira, 3 de setembro de 2025, com a notícia do falecimento do Padre Geraldo Oliveira Lima, conhecido carinhosamente como Padre Geraldinho, aos 86 anos. Sacerdote, escritor, historiador e amante da cultura regional, ele deixa um legado marcado pela fé, simplicidade e dedicação à preservação da memória do povo sertanejo.

Filho de João José de Lima e de Edith Oliveira Lima, Geraldo Oliveira Lima nasceu em 16 de agosto de 1939, em Ipueiras-CE.

Cursou o ensino primário em Ipueiras e os estudos secundários em Sobral. Sua vocação sacerdotal surgiu no início de 1955, influenciado por um primo que já era padre.

Padre Geraldinho, como era carinhosamente conhecido, foi ordenado sacerdote em 3 de março de 1968 pelo primeiro bispo de Crateús, Dom Fragoso. No dia seguinte, 4 de março, celebrou sua primeira missa.

Ao longo de sua trajetória pastoral, atuou como vigário de Novo Oriente, coordenador da JOC em Crateús e vigário-coordenador na mesma cidade. Viveu um ano e meio na Alemanha e, posteriormente, foi nomeado vigário em Monsenhor Tabosa.

Um episódio marcante de sua vida foi a prisão por nove meses em Recife, durante o regime militar. Já em 1994, morou em Londres, onde realizou um estágio. Dois anos depois, licenciou-se para servir na Diocese de Tianguá. Em 1999, retornou à Diocese de Crateús, sendo nomeado pároco em Nova Russas.

Intelectual e pesquisador, Padre Geraldinho deixou uma vasta produção com mais de 30 obras, incluindo cordéis, poesias e livros sobre temas diversos. Foi autor de uma das maiores referências sobre a Passagem da Coluna Prestes pelo Ceará, obra adquirida e distribuída em bibliotecas públicas de todo o país. Seu último livro, Dom Fragôso, de gênero biográfico, foi editado em 2021.

Padre Geraldinho também ficou conhecido por viver em meio à história: morava em um verdadeiro museu particular, onde reuniu centenas de peças que preservam a memória da região.

Com sua partida, Crateús e o Ceará perdem não apenas um sacerdote, mas um guardião da memória e da cultura.

“Com os olhos cheios de lágrimas, escrevo esta pequena biografia, a fim de colaborar com a memória deste amigo que parte hoje, deixando saudades. Vai com Deus, Pe. Geraldinho!”



(Portal Crateús)

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