Líder do CV em Maranguape é preso três dias após ser solto em operação que prendeu 39 faccionados

 

Prisões aconteceram durante a sexta fase da operação Nocaute deflagrada nesta sexta-feira, 5

O líder da facção criminosa Comando Vermelho (CV) no município de Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), foi preso nesta sexta-feira, 5. A captura aconteceu após três dias do alvo ser impronunciado e colocado em liberdade. O homem estava preso há cerca de cinco meses por tráfico de drogas.

Conforme as investigações, o suspeito, identificado como Tiago Sousa da Silva, vulgo “Xeillong”, de 29 anos, assumiu a liderança do grupo há cerca de um ano após o chefe anterior ser preso em um apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro, em 2023. Mesmo preso, o alvo continuava comandando ações criminosas para a região de dentro do presídio

Em Maranguape, Tiago foi capturado em uma residência duplex no bairro Tangueira. No local, outros suspeitos conseguiram fugir dos agentes policiais. Ao longo da frente do CV em Maranguape, a investigação da Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco) identificou que o suspeito ia constantemente à comunidades no Rio de Janeiro.

O objetivo era criar conexões com criminosos no estado carioca. Além disso, o suspeito buscava intensificar o envio de armas para o município cearense. A atuação está sendo investigada pela Polícia Civil do Ceará. “Esses indivíduos vão lá [Rio de Janeiro] e fazem contatos. Vão ampliar sua rede de conexões e trazer material ilícito aqui pro Ceará”, disse o delegado titular da Draco Thiago Salgado.

Na investigação que mirou os dois indivíduos, o chefe da organização aparece portando arsenal de armas em comunidade no Rio de Janeiro. A dinâmica dele é semelhante ao que o antigo chefe da facção, identificado como Rogerio Gomes de Oliveira, vulgo Cego ou Coroa, realizava.

Em novembro de 2023, ele foi preso no Rio de Janeiro e estaria negociando armas na Rocinha. O armamento seria enviado ao Ceará. Na época, além dele, foram presos a companheira dele, Maria Daniele Costa de Vasconcelos, que seria a número dois do grupo, Lindoberto Gomes da Silva e João Rogério de Lima.

Após a prisão, o suspeito foi encaminhado para o Complexo Penal de Bangu, na região carioca, onde estava preso desde o mês passado, quando recambiado para o sistema penitenciário cearense. A decisão aconteceu após localizarem celulares dentro da cela do criminoso.

“Essa foi a medida para trazer ele para aqui, para o nosso sistema penitenciário e coibir esse tipo de situação”, disse o diretor do Departamento de Repressão ao Crime Organizado da Polícia Civil do Ceará, Ricardo Pinheiro.

Ainda segundo o delegado, a sexta fase da operação visava combater criminosos ligados direta ou indiretamente aos articuladores e lideranças da organização criminosa em Maranguape. “Foram presos 39 indivíduos, 38 deles aqui no estado do Ceará e um no estado do Rio de Janeiro”, revela.

Para o delegado-geral da Polícia Civil do Ceará, Márcio Gutierrez, afirma que os capturados são “criminosos violentos que praticaram crimes graves”. A grande maioria dos capturados tem envolvimento com o tráfico de drogas, homicídios, porte ilegal de arma de fogo e crimes de roubo.

Ao todo, 38 mandados de prisão foram cumpridos, sendo 25 para pessoas em liberdade e outros 13 no sistema prisional, um deles no estado do Rio de Janeiro. Além disso, um homem, de 30 anos, foi capturado em flagrante pelo crime de integrar grupo criminoso, somando na sexta fase da operação 39 capturados na operação.

Além das capturas, R$ 12,2 milhões foram bloqueados das contas dos investigados. Também foram apreendidos três veículos, 45 celulares, uma pistola e 36 munições Na sexta fase da operação, mais de 200 policiais atuaram na operação. Os agentes integram, além da Draco, a Divisão de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Drco).

O POVO 

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